Editando Programa Estadual de Vigilância e Controle das Hepatites Virais (PEHV)

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As hepatites virais agudas e crônicas são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, apresentando características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com importantes particularidades.
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==Informações gerais==
  
As hepatites virais são causadas por cinco vírus: o vírus da hepatite A (HAV, do inglês hepatitis A virus), o vírus da hepatite B (HBV, do inglês hepatitis B virus), o vírus da hepatite C (HCV, do inglês hepatitis C virus), o vírus da hepatite D (HDV, do inglês hepatitis D virus) e o vírus da hepatite E (HEV, do inglês hepatitis E virus). Essas infecções
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O Programa Estadual de Vigilância e Controle das Hepatites Virais (PEHV), instituído em maio de 2005, passou em 2011 a integrar as ações da Gerência de Vigilância das DST/HIV/AIDS (GEDST), sob coordenação da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Santa Catarina. O PEHV desenvolve estratégias conjuntas com as 16 Regiões de Saúde sobre prevenção, promoção, vigilância e assistência das hepatites virais no nosso Estado.
têm um amplo espectro clínico, que varia desde formas assintomáticas, anictéricas e ictéricas típicas, até a insuficiência hepática aguda grave (fulminante). A maioria das
 
hepatites virais agudas é assintomática, independentemente do tipo de vírus. Quando apresentam sintomatologia, são caracterizadas por fadiga, mal-estar, náuseas, dor abdominal, anorexia e icterícia. A hepatite crônica, em geral, cursa de forma assintomática. As manifestações clínicas aparecem quando a doença está em estágio avançado, com relato de fadiga, ou, ainda, cirrose <ref>[http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hepatites-virais Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais] Acesso em: 14/01/2021</ref>.
 
  
== Notificação ==
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As hepatites virais (inflamações hepáticas causadas por vírus) no decorrer dos anos vêm se tornando um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São doenças silenciosas na maior parte do tempo, mas quando aparecem sintomas, estes podem ser: cansaço, dor abdominal, fezes claras, pele e olhos amarelados, febre, tontura, enjoo e/ou vômitos e urina escura. Diversas são as causas de hepatites, estando os vírus hepatotrópicos, entre os mais relevantes. Os vírus mais comuns são os vírus tipos A, B e C.
  
As hepatites virais são doenças de notificação obrigatória, conforme Portaria vigente.  
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Em Santa Catarina as hepatites virais apresentam um perfil epidemiológico heterogêneo, tipicamente caracterizado por uma endemicidade para Hepatite B no Oeste catarinense e Hepatite C na região litorânea, apesar da ocorrência de ambos os agravos em todas as regiões. As hepatites virais com maior relevância e impacto na saúde pública são as causadas pelos vírus da hepatite B (HBV da família Hepadnaviridae) e da hepatite C (HCV da família Flaviridae).
 
==Informações gerais==
 
  
O Programa Estadual de Vigilância e Controle das Hepatites Virais (PEHV), instituído em maio de 2005, passou em 2011 a integrar as ações da Gerência de Vigilância das IST/HIV/AIDS (GEIST), sob coordenação da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Santa Catarina. O PEHV desenvolve estratégias conjuntas com as 16 Regiões de Saúde sobre prevenção, promoção, vigilância e assistência das hepatites virais no nosso Estado.
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Devido às características da doença, se torna de grande impacto para a saúde pública, por não apresentar sintoma e ter uma evolução lenta e perigosa, levando a danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso a importância de campanhas para alertar a população dos riscos e incentivar a realização dos exames em suas consultas de rotina e oferta de teste rápido para Hepatite B e C, que já se encontra disponível na maioria dos serviços de saúde do estado.
  
 
==Hepatite B==
 
==Hepatite B==
  
A transmissão do HBV se dá por via parenteral e, sobretudo, pela via sexual, sendo a hepatite B considerada uma IST. Dessa forma, o HBV pode ser transmitido por solução
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A hepatite B é considerada um IST (Infecção Sexualmente Transmissível), transmitida pelo sangue principalmente através de relações sexuais sem o uso de preservativo e por meio do compartilhamento de objetos como agulhas e seringas, lâminas de barbear ou de depilar, instrumentos para uso de drogas, materiais de manicure, escovas de dente ou materiais para confecção de tatuagens e colocação de piercings. A gestante portadora do vírus B pode transmitir a doença para o bebê durante a gestação, por isso a importância da testagem no pré- natal.  
de continuidade (pele e mucosa), relações sexuais desprotegidas e por via parenteral (compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens, piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, etc.). Outros líquidos orgânicos, como sêmen, secreção vaginal e leite materno podem igualmente conter o vírus e constituir fontes de infecção. A transmissão vertical (de mãe para +lho) também é causa frequente de disseminação do HBV em regiões de alta endemicidade.  
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As principais formas de prevenção contra a hepatite B são a vacina e o uso de preservativo. O Ministério da Saúde disponibiliza a vacinação contra a hepatite B para todas as faixas etárias e está disponível gratuitamente em todas as salas de vacina na rede pública de saúde do Estado. Recém-nascidos de mães com o vírus devem receber imunoglobulina específica e vacina imediatamente após o parto para diminuir o risco de transmissão vertical.  
  
De maneira semelhante às outras hepatites, as infecções causadas pelo HBV são habitualmente anictéricas. A cronificação da doença, ou seja, a persistência do vírus por mais de seis meses, ocorre em, aproximadamente, 5% a 10% dos indivíduos adultos infectados. Caso a infecção ocorra por transmissão vertical, o risco de croni+cação dos recém-nascidos de gestantes com evidências de replicação viral (HBeAg reagente e/ou HBV DNA >104) é de cerca de 70% a 90%, e de 10% a 40% nos casos sem evidências de replicação do vírus. Cerca de 70% a 90% das infecções ocorridas em menores de cinco anos se croni+cam, e 20% a 25% dos casos crônicos com evidências de replicação viral evoluem para doença hepática avançada (cirrose e
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Santa Catarina é o terceiro estado com maior taxa de detecção do Brasil. Em 2014, foram notificados 1.557 casos de hepatite B em  SC.
hepatocarcinoma). Uma particularidade dessa infecção viral crônica é a possibilidade de evolução para câncer hepático, independentemente da ocorrência de cirrose, fato considerado pré-requisito nos casos de surgimento de carcinoma hepatocelular nas demais infecções virais crônicas, como a hepatite C.
 
  
 
==Hepatite C==
 
==Hepatite C==
  
O HCV foi identificado por Choo e colaboradores, em 1989, nos Estados Unidos, sendo o principal agente etiológico da hepatite crônica, anteriormente denominada “hepatite Não A Não B”. Sua transmissão ocorre, principalmente, por via parenteral. É importante ressaltar que, em um percentual significativo de casos, não é possível identificar a via de infecção.
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A Hepatite C é causada pelo HCV, membro do gênero Hepatocivirus, na família Flaviridae. É transmitida principalmente pelo sangue (transfusão sanguínea, por exemplo) e outras formas de transmissão semelhantes às da hepatite B, sendo a sexual a menos frequente.
 
 
São consideradas populações de risco acrescido para a infecção pelo HCV por via parenteral:
 
 
 
- indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993;
 
 
 
- pessoas que usam drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) ou pipadas (crack), e que compartilham os respectivos equipamentos de uso;
 
 
 
- pessoas com tatuagem, piercings ou que apresentem outras formas de exposição percutânea (por exemplo, consultórios odontológicos, clínicas de podologia, salões de beleza, etc., que não obedecem às normas de biossegurança).  
 
  
A transmissão sexual é pouco frequente – menos de 1% em parceiros estáveis – e ocorre, principalmente, em pessoas com múltiplos parceiros e com prática sexual de risco (sem uso de preservativo), sendo que a coexistência de alguma IST, inclusive o vírus da imunodeficiência humana (HIV, do inglês human immunodeficiency virus), constitui um importante facilitador dessa transmissão.  
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É importante ressaltar que, em um percentual significativo de casos não é possível identificar a via de infecção. Segundo último boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, em 2011, foi notificado 9.565 casos de hepatite C no Brasil com uma taxa de detecção de 5.0%. Santa Catarina é o quarto estado com a maior taxa de detecção do Brasil e o segundo da região Sul.
 
 
A transmissão vertical da hepatite C é rara quando comparada à da hepatite B. Entretanto, já se demonstrou que gestantes com carga viral do HCV elevada ou coinfectadas pelo HIV apresentam maior risco de transmissão da doença para os recém-nascidos.  
 
 
 
A cronificação da doença ocorre de 70% a 85% dos casos, sendo que, em média, entre um quarto e um terço destes podem evoluir para formas histológicas graves ou cirrose, no período de 20 anos, caso não haja intervenção terapêutica. O restante dos pacientes evoluem de forma mais lenta e talvez nunca desenvolvam hepatopatia grave. É importante destacar que a infecção pelo HCV já é a maior responsável por cirrose e transplante hepático no mundo ocidental.
 
  
 
==Diagnóstico==
 
==Diagnóstico==
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Com o objetivo de propiciar à população o acesso precoce ao diagnóstico, bem como a racionalização no uso dos recursos públicos, o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), elaborou o [http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hepatites-virais Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais], direcionado aos serviços de saúde das redes pública e privada.
 
Com o objetivo de propiciar à população o acesso precoce ao diagnóstico, bem como a racionalização no uso dos recursos públicos, o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), elaborou o [http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/manual-tecnico-para-o-diagnostico-das-hepatites-virais Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais], direcionado aos serviços de saúde das redes pública e privada.
  
O diagnóstico das hepatites virais é baseado na detecção dos marcadores presentes no sangue, soro, plasma ou fluido oral da pessoa infectada, por meio de imunoensaios, e/ou na detecção do ácido nucleico viral, empregando técnicas de biologia molecular. O constante avanço tecnológico na área de diagnóstico permitiu o desenvolvimento de técnicas avançadas de imunoensaios, incluindo o de fluxo lateral, que são atualmente empregadas na fabricação de testes rápidos (TR).
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Os exames de diagnóstico são realizados via teste rápido, estão sendo realizados em cerca de 80% dos municípios catarinenses. OS os municípios fazem suas contratações via laboratórios municipais ou através do LACEN (Laboratório central de Saúde Pública). Os exames para confirmação do diagnóstico, tratamento e monitoramento são realizados via LACEN.  
 
 
Tipos de metodologias:
 
 
 
- imunoensaios;
 
 
 
- ensaios imunoenzimáticos: ELISA e ELFA;
 
 
 
- ensaios luminescentes: quimioluminescência e eletroquimioluminescência;
 
 
 
- testes rápidos: imunoensaios cromatográficos.  
 
 
 
== Tratamento ==
 
  
Para consultar o tratamento recomendado para as infecções causadas pelos vírus da Hepatite B e C, consultar o [http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-hepatite-b-e-coinfeccoes Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite B e coinfecções] e o [http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-hepatite-c-e-coinfeccoes Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C e coinfecções].
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Por se tratar de doenças que fazem parte do componente especializado de assistência farmacêutica e são medicações de altíssimo custo, o tratamento para hepatites virais B e C são oferecidos pelo Ministério da Saúde à todos os pacientes que se enquadrem nos Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Esses protocolos são baseados em evidências científicas internacionais e nacionais e aprovados em todas as esferas envolvidas no processo.
  
 
==Observações==
 
==Observações==

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