Mudanças entre as edições de "Litíase urinária"

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(/* Litotripsia extra-corpórea por ondas de choque (LEOC ou LECO)La Roca RLR, Gattás N, Pires SR, Ribeiro CA. Litotripsia Extracorpórea. Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Conselho Federal de Medicina.)
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A mudança do estilo de vida deve ser enfatizada.
 
A mudança do estilo de vida deve ser enfatizada.
  
==Litotripsia extra-corpórea por ondas de choque (LEOC ou LECO)<ref>[http://www.projetodiretrizes.org.br/5_volume/32-Litotrip.pdf La Roca RLR, Gattás N, Pires SR, Ribeiro CA. ''Litotripsia Extracorpórea''. Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Conselho Federal de Medicina. São Paulo. jun/2006.]</ref>==
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==Tratamento intervencionista<ref>[https://sbn.org.br/utilidades/diretrizes-e-recomendacoes/ Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes de Litíase Renal]</ref>==
É um tratamento que consiste em submeter o cálculo ao impacto de sucessivas ondas de choque de alta energia, geradas por diferentes mecanismos de acordo com o tipo de equipamento, emitidas por uma fonte à distância do foco de atuação, que se propagam em meio líquido e penetram no corpo em direção ao cálculo. Essa onda de choque entra no abdômen do(a) paciente portador do cálculo urinário através do ponto de contato entre um cilindro (que contém a fonte de energia e um meio líquido de propagação da onda) e a pele. Após incidir sobre o cálculo, a onda de choque continua se propagando até sair do corpo.   
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Os avanços técnicos e tecnológicos tem promovido mudanças significativas no tratamento dos cálculos urinários. Atualmente, sempre que possível, procura-se tratar os cálculos do trato urinário de maneira minimamente invasiva. Estas propiciam as seguintes vantagens: ausência ou cicatrizes muito pequenas, menor período de hospitalização, menos dor no pós operatório, menor período de convalescência, retorno mais precoce às atividades profissionais e melhor satisfação para o paciente. <br>
Trata-se de um procedimento ambulatorial e pouco doloroso, dependendo do limiar de dor do paciente, do tipo de máquina, da intensidade utilizada (dureza do cálculo) e do número de impulsos.
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As cirurgias minimamente invasivas utilizadas no tratamento dos cálculos do trato urinário são: litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), nefrolitotripsia percutânea (PCN), ureterolitotripsia transureteroscópica (UL) e ureterolitotomia laparoscópica (ULL). As cirurgias convencionais (CC) ainda tem lugar no tratamento dos cálculos urinários, entretanto em um pequeno número de pacientes.<br>
Pode ser realizado sob analgesia, sedação, ou anestesia peridural, com o objetivo de quebrar o cálculo, dando origem a fragmentos pequenos o bastante para serem eliminados espontaneamente com o fluxo urinário. O sucesso absoluto é traduzido pela eliminação completa do cálculo após o tratamento. <br>
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O tratamento dos cálculos do trato urinário pode ser determinado pelos sintomas, grau de obstrução, tamanho, localização e associação com infecção . Considera-se também a segurança do procedimento, conforto do paciente, tempo de recuperação e os custos.<br>
 
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Os cálculos do trato urinário menores de até quatro milímetros (mm) no maior diâmetro têm grande probabilidade de serem eliminados espontaneamente e podem na maioria dos casos, aguardar que isso ocorra naturalmente.<br>
* '''Contra-indicações absolutas:'''<ref>[http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2001/GM/GM-47CJ.htm Portaria Conjunta SE/SAS/Nº 47 de 13 de agosto de 2001].</ref>
 
** Gravidez;
 
** Alterações da coagulação, as quais devem ser compensadas ao menos 24h antes e 48h após o tratamento;
 
** Infecções urinárias não-tratadas;
 
** Malformações esqueléticas acentuadas e obesidade severas, as quais limitam posicionar o cálculo no alvo do litotritor;
 
** Aneurisma arterial na proximidade do cálculo;
 
** Obstrução anatômica distal ao cálculo.
 
 
 
* '''Recomendações:'''
 
** A LEOC está indicada em pacientes com '''cálculos renais de tamanho entre cinco e vinte milímetros'''. Cálculos maiores que 20 milímetros são tratados preferencialmente por meio de nefrolitotripsia percutânea.
 
** O '''aspecto radiográfico''' do cálculo é importante indicador da fragilidade e, conseqüentemente, prediz o sucesso do tratamento. Cálculos menos densos que o osso, espiculados, heterogêneos, com formas geométricas variadas, fragmentam-se mais facilmente, e em fragmentos menores.
 
** Não está estabelecido o '''número máximo de sessões''' de LEOC que o paciente pode realizar. Entretanto, quando realizado no mesmo cálculo por mais de duas vezes, sem alterações significativas, orienta-se o uso de outro método de tratamento.
 
** O uso de '''anestesia''' pode auxiliar no índice de sucesso da LEOC.
 
** No '''ureter''', a LEOC está indicada especialmente nos cálculos não impactados (no mesmo local, por longo período, causando obstrução e edema), menores ou iguais a 10 milímetros, localizáveis ao ultra-som ou radioscopia. Nos cálculos maiores, considerar a indicar outros métodos.
 
** Na '''bexiga''', a LEOC é indicada somente em casos selecionados.
 
 
 
==Nefrolitotripsia Percutânea<ref>[http://www.projetodiretrizes.org.br/5_volume/33-Nefrolit.pdf Netto Jr NR, Toledo Fº JS, Leitão VA. ''Nefrolitotripsia Percutânea''. Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Conselho Federal de Medicina. São Paulo. jun/2006.]</ref> (NLP)==
 
Procedimento urológico minimamente invasivo, realizado pela primeira vez em 1976.<br>
 
Consiste da punção do rim guiada por radioscopia, seguida da dilatação até se poder entrar com o nefroscópio (aparelho com menos de 1cm de diâmetro munido de uma câmera, por onde se pode observar a anatomia intrarrenal) dentro do rim e de um canal de trabalho, por onde se podem passar guias e pinças para quebrar e retirar os cálculos, respectivamente. Esta pequena incisão de aproximadamente 1cm é bastante diferente daquela incisão tradicional para cirurgia aberta, tanto esteticamente como em relação a dor e à recuperação no pós-operatório.<br>
 
Após o advento da LEOC ficou em segundo plano, se destacando '''apenas nos casos de falha ao tratamento com LEOC'''. Atualmente tem suas '''indicações''' bem definidas para cálculos renais maiores que 2 cm e coraliformes, os cálculos de cistina e os pacientes com rins com estenoses e divertículos.<br>
 
A coagulopatia incontrolável representa uma restrição ao acesso renal percutâneo. Em pacientes grávidas ou com pionefrose, tem se preferido realizar apenas a drenagem da via excretora.
 
  
 
==O tratamento no SUS==
 
==O tratamento no SUS==

Edição das 13h51min de 11 de dezembro de 2019

Investigação<ref>Guideline Resumido da European Association of Urology, 2018</ref>

A ultrassonografia (US) deverá ser o primeiro método diagnóstico de imagem.
O Rx simples de abdome (RUB) é útil ao diferenciar entre cálculos radiopacos e radiotransparentes, bem como para comparações durante o seguimento.
A tomografia computadorizada sem contraste deve ser utilizada após a ultrassonografia inicial para confirmar o diagnóstico de litíase em um paciente com dor lombar aguda.
Um estudo radiológico contrastado serve para planejamento da remoção cirúrgica do cálculo e avaliação da anatomia do sistema coletor.

Tratamento clínico(conservador, sem cirurgia)

O alívio da dor é o primeiro passo terapêutico no manejo da cólica renal.
Mediante a manutenção da dor lombar, apesar do tratamento medicamentoso, deve-se proceder à drenagem da unidade renal obstruída (cateter ureteral ou nefrostomia percutânea) ou a remoção do cálculo.

Estudos de tratamento medicamentoso para litíase sugerem que ocorre redução na formação de cálculos, porém estes são estudos com poucos pacientes e evolução menor de 3 anos. As medicações utilizadas apresentam efeitos colaterais consideráveis, sendo sugerido que elas sejam prescritas quando ocorrer a formação recorrente de cálculos. Por outro lado, a litotripsia extracorpórea por ondas de choque também tem efeitos colaterais importantes, que apesar de pouco freqüentes, podem ser graves. Deste modo, as medidas dietéticas e a prescrição criteriosa do tratamento medicamentoso devem ser a escolha preferencial para prevenção de futuros eventos litiásicos, até que novas drogas com menor potencial nocivo sejam desenvolvidas.
Na era dos tratamentos minimamente invasivos e de baixa morbidade, procura-se utilizar o menor número de drogas possível. Estas devem ser prescritas para pacientes com elevada recorrência, risco cirúrgico alto e quando não há adesão ao tratamento dietético.
A mudança do estilo de vida deve ser enfatizada.

Tratamento intervencionista<ref>Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes de Litíase Renal</ref>

Os avanços técnicos e tecnológicos tem promovido mudanças significativas no tratamento dos cálculos urinários. Atualmente, sempre que possível, procura-se tratar os cálculos do trato urinário de maneira minimamente invasiva. Estas propiciam as seguintes vantagens: ausência ou cicatrizes muito pequenas, menor período de hospitalização, menos dor no pós operatório, menor período de convalescência, retorno mais precoce às atividades profissionais e melhor satisfação para o paciente.
As cirurgias minimamente invasivas utilizadas no tratamento dos cálculos do trato urinário são: litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO), nefrolitotripsia percutânea (PCN), ureterolitotripsia transureteroscópica (UL) e ureterolitotomia laparoscópica (ULL). As cirurgias convencionais (CC) ainda tem lugar no tratamento dos cálculos urinários, entretanto em um pequeno número de pacientes.
O tratamento dos cálculos do trato urinário pode ser determinado pelos sintomas, grau de obstrução, tamanho, localização e associação com infecção . Considera-se também a segurança do procedimento, conforto do paciente, tempo de recuperação e os custos.
Os cálculos do trato urinário menores de até quatro milímetros (mm) no maior diâmetro têm grande probabilidade de serem eliminados espontaneamente e podem na maioria dos casos, aguardar que isso ocorra naturalmente.

O tratamento no SUS

Tanto o tratamento clínico (conservador) quanto o cirúrgico são disponibilizados gratuitamente pelo SUS.
Dentre as diversas modalidades cirúrgicas disponíveis, destacamos as abaixo, extraídas do Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS (SIGTAP)<ref>Disponível em: http://sigtap.datasus.gov.br</ref>:

CódigoDescrição
409010146EXTRACAO ENDOSCOPICA DE CALCULO EM PELVE RENAL
409010154EXTRACAO ENDOSCOPICA DE CORPO ESTRANHO / CALCULO EM URETER
409020036EXTRACAO ENDOSCOPICA DE CORPO ESTRANHO / CALCULO NA URETRA C/ CISTOSCOPIA
409010189LITOTRIPSIA
309030129LITOTRIPSIA EXTRACORPOREA (ONDA DE CHOQUE PARCIAL / COMPLETA EM 1 REGIAO RENAL)
409010235NEFROLITOTOMIA PERCUTANEA
409010316PIELOLITOTOMIA
409010391RETIRADA PERCUTANEA DE CALCULO URETERAL C/ CATETER
409010561URETEROLITOTOMIA
409020184URETROTOMIA P/ RETIRADA DE CALCULO OU CORPO ESTRANHO

Referências

<references/>