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As '''próteses de quadril''' são indicadas para os pacientes que tenham a patologia artrose de quadril - que se caracteriza por limitação de movimento e dor produzida pelo desgaste da articulação coxofemoral. Também podem estar indicadas em lesões produzidas por trauma que lesem a articulação.
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== Introdução ==
Os CIDs mais comuns envolvidos são C.16 (artroses de quadril) e S16 (fraturas de colo de fêmur).
 
Existem casos cirúrgicos que são denominados eletivos, isto é, não urgentes que são os causados pelo desgaste articular (artrose), que podem aguardar o processo cirúrgico em domicílio, sem grandes riscos. E existem os casos agudos, geralmente causados por traumatismo, que soa de caráter urgente, isto é, causam grande limitação funcional, dor e risco aumentado para eventos tromboembólicos (tromboembolismo pulmonar e embolia gordurosa).
 
  
Figura 1. Artrose de quadril
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[[Arquivo:Artrose.jpeg|220px|thumb|right|Artrose do Quadril]]
  
Figura 2. Fratura de colo de fêmur
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A cirurgia para implante de prótese no quadril, denominada "artroplastia total de quadril" (ATQ), é comumente indicada aos pacientes com artrose grave de quadril, uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste da articulação coxofemoral, ocasionando limitação de movimento e dor. Também podem estar indicadas em lesões produzidas por trauma que lesem a articulação. Os diagnóstico ao CID-10 que mais comumente levam à artroplastia de quadril são: M16 (artroses de quadril) e S16 (fraturas de colo de fêmur).
  
== Intervenção cirúrgica ==
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[[Arquivo:Fratura.jpg|220px|thumb|right|Fratura de colo de fêmur]]
No âmbito do SUS existem várias cirurgias de colo de fêmur. As mais comuns são a colocação de prótese e a revisão da prótese de colo de fêmur.
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As próteses de colo de fêmur são fator gerador de diversas contendas, pois existem vários tipos, marcas e materiais utilizados, abaixo exemplificaremos alguns mais comuns:
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A artroplastia de quadril é cirurgia '''eletiva''', ou seja, não há urgência nem emergência na realização. Os paciente podem aguardar o processo cirúrgico em domicílio. Alguns raros casos agudos, geralmente causados por traumatismo, podem ter caráter de '''urgência''', isto não somente devido limitação funcional e dor, mas também por risco aumentado para eventos tromboembólicos (tromboembolismo pulmonar e embolia gordurosa).
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Figura 3. Fotografia de diferentes componentes acetabulares metálicos (não cimentados) e diferentes superfícies protéticas. (A): cabeça metálica/ Polietileno, (B): Cabeça cerâmica/cerâmica, (C): cabeça metálica/metal.
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== A Intervenção cirúrgica ==
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A artroplastia total de quadril (ATQ) é um dos procedimentos de maior sucesso dentro da ortopedia. Para os pacientes com dores no quadril (de diversas origens), a cirurgia pode conferir alívio da dor, reestabelecer padrões funcionais e melhorar a qualidade de vida. Os resultados variam dependendo não somente do implante, da técnica cirúrgica, do tipo de fixação, dos biomateriais empregados nos componentes da prótese, mas especialmente da idade do paciente, seu nível de atividade e comorbidades, além de de outros fatores. A ATQ pode ser realizada com sucesso em pacientes desde os muito jovens até os adultos mais velhos (acima de 80 anos de idade).
  
Como podemos perceber pela foto acima as próteses são classificadas de acordo com o material de contato entre as superfícies e a maneira como interagem entre elas. O tratamento e as próteses são fornecidos pelo SUS.
 
  
 
== Material e procedência das próteses ==
 
== Material e procedência das próteses ==
Um grande objeto de contendas é o material e a procedência dos materiais utilizados nas próteses. Alguns especialistas sustentam que pode haver uma grande diferença na durabilidade dos materiais. As ditas mais duradouras geralmente são importadas e tem custo deveras mais elevado que as de fabricação nacional. Estas próteses importadas não estão contempladas na tabela SUS, isto é, não são fornecidas para pacientes do SUS.
 
  
No tocante à durabilidade é evidente que se a articulação natural se desgasta, a prótese de quadril também está sujeita ao desgaste. Sabe-se atualmente que, na ausência de complicações maiores, o desgaste depende do uso e não do tempo de implantação da prótese. Pacientes mais jovens e mais ativos irão apresentar desgaste em um tempo mais curto em relação aos pacientes com atividades mais restritas. De um modo geral, para uma pessoa com idade a partir dos 65 anos e atividades físicas moderadas ou leves, observa-se que o tempo em serviço (durabilidade) dos implantes protéticos é maior que 80% em 25 anos. Assim, a probabilidade de que uma prótese de quadril implantada hoje, com técnica adequada, materiais de boa qualidade e implantes de boa concepção, tenha uma probabilidade de mais de 80% de ainda estar funcionante daqui a 25 anos.
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As próteses podem ter sua procedência da indústria nacional ou estrangeira. A qualidade é avaliada através de detalhes das ligas metálicas, do polietileno, na resistência das superfícies de revestimento, no desenho do implante e nos instrumentais necessários à implantação dos componentes protéticos, entre outros critérios.  
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A indústria nacional vem se aperfeiçoando, ressaltando-se que o critério preço e origem extrangeira da prótese não é garantia de boa procedência ou qualidade.
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As condições ideais para a cirurgia vão além do implante em si. Existe uma "curva de aprendizado" para que os especialistas conhecam os detalhes das protéses e avaliem o paciente longitudinalmete no pós-operatório para determinar se determinado tipo de prótese e sua procedência são adequados.
  
A escolha dos materiais a serem utilizados na prótese depende não só da idade como da atividade do paciente e também do tipo de fixação do implante. Quanto ao tipo de fixação os implantes podem ser agrupados em implantes cimentados ou não cimentados.
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Um grande objeto de contendas é a procedência dos materiais utilizados na confecção das próteses. Alguns especialistas sustentam que pode haver uma grande diferença na durabilidade dos diferentes tipos de materiais. Algumas vezes podem dizer que as importadas são mais duradoudas e que por isso têm custo mais elevado que as de fabricação nacional, porém deve-se ater se existe de fato evidência ciontífica ou, ao msno, algum consenso de especialista, ou se trata apenas uma "evidência anedótica" ou existe outros interesses escusos. Em geral, próteses importadas de alto custo podem não satisfazer critérios de custo-efetividade, acabam não sendo disponibilizadas para pacientes do SUS.
  
Os implantes cimentados utilizam o cimento acrílico (cimento ósseo) para sua estabilização imediata. Neste caso o implante acetabular é constituído por um polímero plástico de polietileno que é cimentado na cavidade acetabular. Este polímero, cimentado, pode ser usado em sua forma convencional ou ainda tratado por técnicas que aumentem sua resistência ao desgaste, neste caso chamado de polietileno de ligações cruzadas, polietileno reticulado ou cross-linked. A haste femoral cimentada é constituída por ligas metálicas seja de Aço Inoxidável ou por super ligas como a de cromo-cobalto-molibdênio.
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Apesar do benefício obtido na artroplastia primária de quadril, é conhecido que as próteses articulares artificiais mais antigas apresentam uma duração limitada, e não é incomum que apresentem disfunção após 10 ou mais anos da substituição articular. Assim, a escolha dos materiais a serem utilizados na prótese depende não só da idade como da atividade do paciente e também do tipo de fixação do implante. <br> Cumpre, ao médico, dentro dos princípios da ética e da técnica, a escolha do melhor implante, para cada paciente, observados o universo de particularidades desta seleção.
  
Os implantados não cimentados se utilizam de um princípio chamado fixação biológica, em que o osso cresce no interior de micro-espaços existentes no implante e assim permite sua estabilização (osteointegração do implante). Assim, o componente acetabular não cimentado requer uma cúpula metálica que irá se osteointegrar ao osso adjacente. A superfície protética, seja de polietileno ou outras especificadas mais abaixo, é encaixada na cúpula metálica. Nesta circunstância são mais frequentemente utilizadas nas cúpulas metálicas as ligas de titânio, como a de Titanio-Aluminio-Vanadio, ou mais recentemente o tântalo em circunstancias especiais. Alguns modelos de implantes associam a deposição de substâncias na superfície da prótese, como a hidroxi-apatita, com o objetivo de acelerar o processo de osteointegração.  A fixação inicial do implante não cimentado pode ser feita por ajuste sob pressão (press-fit) ou com o auxilio de parafusos no implante acetabular e detalhes específicos no modelo do implante femoral. Poucas são as opções de implantes femorais não cimentados constituídos por cromo-cobalto-molibdênio, em virtude de possíveis inconvenientes ligados à maior reabsorção óssea, quando comparados aos implantes de titânio. Muitos cirurgiões optam pelo uso de hastes femorais cimentadas e implantes acetabulares não cimentados, constituindo assim a chamada artroplastia híbrida.
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Os implantes atuais têm quatro combinações principais de cabeça femoral e materiais de superfície de apoio acetabular: '''metal-polietileno (MoP) ''', '''cerâmica-polietileno (CoP) ''', '''cerâmica-cerâmica (CoC) ''' ou '''metal-metal (MoM) '''. As possíveis técnicas de fixação (o método de fixação do material da superfície do rolamento ao osso) também variam entre '''cimentadas''' (quando ambos os componentes são cimentados), '''não cimentadas''' (nenhum componente é cimentado), '''híbrida''' (a haste femoral, mas não a cúpula acetabular, é cimentada) ou '''híbrida reversa''' (o copo acetabular, mas não o caule femoral, é cimentado).
  
Muito embora exista uma tendência a se utilizar implantes não cimentados em pacientes mais jovens, não existe nenhuma evidência na literatura médica que comprove sua superioridade em relação aos implantes cimentados. O processo de escolha da melhor superfície articular é bastante variável, pois deve considerar características especificas do paciente como doença de base, atividade, demanda para atividades mais vigorosas, atividades de impacto etc.
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[[Arquivo:Componentes.jpeg|400px|thumb|center|Fotografia de diferentes componentes acetabulares metálicos (não cimentados) e diferentes superfícies protéticas. (A): cabeça metálica/ Polietileno, (B): Cabeça cerâmica/cerâmica, (C): cabeça metálica/metal.]]
  
O que apresentamos abaixo é tão somente uma sugestão, baseada em pesquisas clínicas e experimentais que, portanto, podem ser alteradas em circunstâncias específicas ou de acordo com o entendimento do cirurgião:
 
* '''Cabeça Metálica e implante acetabular de polietileno convencional:'''
 
Usualmente a cabeça metálica articulando-se com o implante acetabular de polietileno convencional, que se constitui no padrão para ATQ (prótese) primária, apresentam uma expectativa de sobrevivência entre 13-15 anos, e assim podem ser utilizadas em pacientes entre 65-70 anos de idade, desde que apresentem uma demanda para atividades mais restritas.
 
  
Pacientes mais jovens e mais ativos requerem uma superfície articular de menor desgaste. Neste sentido, superfícies articulares de melhor desempenho devem ser utilizadas, tais como:
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== Padronização no SUS ==
  
* '''Cabeça Femoral Metálica/ Implante Acetabular de Polietileno Reticulado (Cross-linked):'''
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Até 2019, os componentes padronizados e regularmente disponibilizados pelo SUS eram o '''Componente acetabular de polietileno''',  '''Componente acetabular metálico''' e '''Cabeça Femoral Metálica'''.
O implante acetabular reticulado tem maior resistência ao desgaste. Estudos clínicos mostram que após 8 anos de funcionamento, o Polietileno cross-linked apresenta um desgaste 78% menor que o polietileno convencional, e assim justifica-se sua utilização em pacientes entre 45-65 anos de idade, com demanda funcional para atividades leves a moderadas.
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Após a avaliação da CONITEC, e publicação da PORTARIA Nº 4, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2019, tornou-se pública a decisão de '''incorporar as próteses de [[cerâmica-polietileno]] para artroplastia total de quadril em pacientes jovens''', no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
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A partir de então, se incorporou ao SUS a cabeça femoral de cerâmica, a ser aplicado com componente acetabular de polietileno.
  
* '''Cabeça Femoral Cerâmica/ Implante Acetabular Cerâmico :'''
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Assim, consta atualmente na tabela Sigtap para os procedimentos de artoplastia primária mais utilizados no SUS (04.08.04.008-4 - ARTROPLASTIA TOTAL PRIMÁRIA DO QUADRIL CIMENTADA e 04.08.04.009-2 - ARTROPLASTIA TOTAL PRIMARIA DO QUADRIL NÃO CIMENTADA / HÍBRIDA), compatibilide com os seguintes componentes de prótese:
É uma superfície de baixo desgaste, porém pode estar associada à geração de ruídos audíveis e, com menor freqüência, à fratura do implante cerâmico. Assim sendo sua indicação é bastante adequada para pacientes jovens que apresentem uma demanda funcional que não envolva o impacto repetitivo.
 
Com o objetivo de diminuir a freqüência do ruído articular e a ocorrência de fratura, têm-se utilizado como opção, a cabeça cerâmica associada ao implante acetabular de polietileno reticulado (cross-linked), em pacientes jovens com maior atividade e maior demanda funcional.
 
  
* '''Cabeça Femoral Metálica e Implante Acetabular Metálico:'''  
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* '''0702030171 - COMPONENTE FEMORAL CIMENTADO MONOBLOCO TIPO CHARNLEY'''
Também uma alternativa para pacientes jovens, apresenta baixo desgaste e grande resistência ao impacto. Deve-se considerar, contudo a possibilidade de reações à presença de íons metálicos (Cromo e Cobalto) no sangue e localmente nos tecidos ao redor da prótese. Por este motivo sua utilização em pacientes com função renal diminuída, mulheres em idade fértil e história pregressa de alergia aos componentes metálicos, deve ser cuidadosamente avaliada.
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* '''0702030104 - COMPONENTE ACETABULAR METÁLICO DE FIXAÇÃO BIOLÓGICA PRIMÁRIA / REVISÃO'''
Cabeças Femorais Metálicas modificadas ou o uso de cabeças cerâmicas em implantes acetabulares metálicos ainda não apresentam resultados clínicos em longo prazo, que justifiquem sua utilização rotineira.
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* '''0702030163 - COMPONENTE FEMORAL CIMENTADO MODULAR PRIMARIO'''
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* '''0702030210 - COMPONENTE FEMORAL NAO CIMENTADO MODULAR PRIMARIO'''
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* '''0702030597 - COMPONENTE ACETABULAR DE POLIETILENO P/ COMPONENTE METALICO PRIMARIO / DE REVISAO DE FIXACAO BIOLOGICA
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* '''0702030139 - COMPONENTE CEFÁLICO PARA ARTROPLASTIA TOTAL DO QUADRIL (INCLUI PRÓTESE)''' - Este último componente consta a seguinte descrição:
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''COMPONENTE PRINCIPAL ESTÉRIL E IMPLANTÁVEL DE UMA PRÓTESE TOTAL DE QUADRIL (COMPONENTE FEMORAL), CONCEBIDO PARA SUBSTITUIR A CABEÇA DO FÊMUR. '''O DISPOSITIVO PODE SER FEITO DE MATERIAIS METÁLICOS E/OU CERÂMICA'''''
  
== Revisão de prótese de quadril ==
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== Conclusão ==
Devido ao desgaste dos materiais, traumas ou lesões agudas as próteses de quadril podem requerer uma cirurgia de revisão de prótese, que evidentemente tem maior dificuldade técnica e demanda outros tipos de prótese.
 
 
Figura 4. Fratura que demanda revisão de prótese de quadril
 
Alguns médicos defendem que as próteses de origem estrangeira apresentam uma maior durabilidade em relação ao produto nacional, não há nenhum trabalho científico que corrobores esta tese. Novamente as contendas são bascamente pelo tipo de prótese, as nacionais são disponibilizadas aos pacientes do SUS e as importadas, não constam da tabela. A cirurgia de revisão de prótese de colo de fêmur consta da tabela SUS, bem as próteses de origem nacional.
 
  
== Conclusões ==
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As condições ideais para a cirurgia de artroplastia de quadril vão além do tipo de implante em si. Um dos fatores de complicação nas cirurgias de artroplastia de quadril se rlaciona com o inadequado atendimento e acompanhamento a pacientes que não se aplicou técnica e instrumental mais adequados, comprometendo a longevidade da prótese. Por outro lado, as evidências científicas indicam que as próteses importadas de metal-metal, cerâmica/cerâmica e modulares não apresentaram ganhos significativos em relação às próteses convencionais disponíveis no SUS.
A cirurgia de colo de fêmur é bastante comum, é fornecida pelo SUS, bem como as cirurgias de revisão, as próteses são objeto de discussão, pois há a alegação de que as fornecidas pelo SUS teriam uma durabilidade menor que as importadas (custo muito maior), não encontramos estudo científico que corrobore esta tese.
 
  
Revisão bibliográfica: Fernando Oto dos Santos, Maurício Garcia Bolze.
 
Compilação: Fernando Oto dos Santos
 
Revisão: Maurício Garcia Bolze
 
  
 
== Referências ==
 
== Referências ==
1. Fischer HB, Simanski CJ. A procedure-specific systematic review and consensus recommendations for analgesia after total hip replacement. Anaesthesia, 2005; 60(12): 1189-1202;
 
2. http://artrosedequadril.com.br/pos.php;
 
3. http://www.cotgoiania.com.br/cotgoiania/pdf/artroplastia-total-quadril-orientacoes.pdf;
 
4. www.youtube.com/watch?v=SMsPubWy0vQ;
 
5. http://www.richardcanella.com/pdf/atq-pos.pdf;
 
6. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1956_2010.htm;
 
7. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1974_2011.htm;
 
8. Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.627/2001                                                  ( http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2001/1627_2001.htm);
 
9. Resolução CREMESP nº 81, de 9 de junho de 1997 (Acessível em: http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/crmsp/resolucoes/1997/81_1997.htm);
 
10. Assessoria de Imprensa do CREMEPE. Ética.                                                                              (http://www.cremepe.org.br/leitorNews.php?cd_noticia=3855);
 
11. http://www.sbquadril.org.br/info-pacientes.php?ver=3
 
  
==Referências==
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# [http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2019/Relatorio_Protese_Ceramica_Inicial_Artroplastia_Quadril_Jovens_FINAL_426_2018.pdf CONITEC. Próteses de cerâmica-polietileno para artroplastia total de quadril em pacientes jovens - Relatório de Recomendação nº 426. Fevereiro/2019]
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# Fischer HB, Simanski CJ. A procedure-specific systematic review and consensus recommendations for analgesia after total hip replacement. Anaesthesia, 2005; 60(12): 1189-1202
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# RONDINELLI PC, et al. Cirurgia de revisão na artroplastia do quadril com utilização de enxerto de banco de ossos. Rev Bras Ortop. 1993;28(6)
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# http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1956_2010.htm
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# http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1974_2011.htm
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# [http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2001/1627_2001.htm Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.627/2001]
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# [http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/crmsp/resolucoes/1997/81_1997.htm Resolução CREMESP nº 81, de 9 de junho de 1997]
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# [http://www.cremepe.org.br/leitorNews.php?cd_noticia=3855 Assessoria de Imprensa do CREMEPE. Ética.]
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# Tabela Sigtap, consulta em 08/03/2024 [http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp]

Edição atual tal como às 21h30min de 8 de março de 2024

Introdução[editar]

Artrose do Quadril

A cirurgia para implante de prótese no quadril, denominada "artroplastia total de quadril" (ATQ), é comumente indicada aos pacientes com artrose grave de quadril, uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste da articulação coxofemoral, ocasionando limitação de movimento e dor. Também podem estar indicadas em lesões produzidas por trauma que lesem a articulação. Os diagnóstico ao CID-10 que mais comumente levam à artroplastia de quadril são: M16 (artroses de quadril) e S16 (fraturas de colo de fêmur).

Fratura de colo de fêmur

A artroplastia de quadril é cirurgia eletiva, ou seja, não há urgência nem emergência na realização. Os paciente podem aguardar o processo cirúrgico em domicílio. Alguns raros casos agudos, geralmente causados por traumatismo, podem ter caráter de urgência, isto não somente devido limitação funcional e dor, mas também por risco aumentado para eventos tromboembólicos (tromboembolismo pulmonar e embolia gordurosa).


A Intervenção cirúrgica[editar]

A artroplastia total de quadril (ATQ) é um dos procedimentos de maior sucesso dentro da ortopedia. Para os pacientes com dores no quadril (de diversas origens), a cirurgia pode conferir alívio da dor, reestabelecer padrões funcionais e melhorar a qualidade de vida. Os resultados variam dependendo não somente do implante, da técnica cirúrgica, do tipo de fixação, dos biomateriais empregados nos componentes da prótese, mas especialmente da idade do paciente, seu nível de atividade e comorbidades, além de de outros fatores. A ATQ pode ser realizada com sucesso em pacientes desde os muito jovens até os adultos mais velhos (acima de 80 anos de idade).


Material e procedência das próteses[editar]

As próteses podem ter sua procedência da indústria nacional ou estrangeira. A qualidade é avaliada através de detalhes das ligas metálicas, do polietileno, na resistência das superfícies de revestimento, no desenho do implante e nos instrumentais necessários à implantação dos componentes protéticos, entre outros critérios.

A indústria nacional vem se aperfeiçoando, ressaltando-se que o critério preço e origem extrangeira da prótese não é garantia de boa procedência ou qualidade.

As condições ideais para a cirurgia vão além do implante em si. Existe uma "curva de aprendizado" para que os especialistas conhecam os detalhes das protéses e avaliem o paciente longitudinalmete no pós-operatório para determinar se determinado tipo de prótese e sua procedência são adequados.

Um grande objeto de contendas é a procedência dos materiais utilizados na confecção das próteses. Alguns especialistas sustentam que pode haver uma grande diferença na durabilidade dos diferentes tipos de materiais. Algumas vezes podem dizer que as importadas são mais duradoudas e que por isso têm custo mais elevado que as de fabricação nacional, porém deve-se ater se existe de fato evidência ciontífica ou, ao msno, algum consenso de especialista, ou se trata apenas uma "evidência anedótica" ou existe outros interesses escusos. Em geral, próteses importadas de alto custo podem não satisfazer critérios de custo-efetividade, acabam não sendo disponibilizadas para pacientes do SUS.

Apesar do benefício obtido na artroplastia primária de quadril, é conhecido que as próteses articulares artificiais mais antigas apresentam uma duração limitada, e não é incomum que apresentem disfunção após 10 ou mais anos da substituição articular. Assim, a escolha dos materiais a serem utilizados na prótese depende não só da idade como da atividade do paciente e também do tipo de fixação do implante.
Cumpre, ao médico, dentro dos princípios da ética e da técnica, a escolha do melhor implante, para cada paciente, observados o universo de particularidades desta seleção.

Os implantes atuais têm quatro combinações principais de cabeça femoral e materiais de superfície de apoio acetabular: metal-polietileno (MoP) , cerâmica-polietileno (CoP) , cerâmica-cerâmica (CoC) ou metal-metal (MoM) . As possíveis técnicas de fixação (o método de fixação do material da superfície do rolamento ao osso) também variam entre cimentadas (quando ambos os componentes são cimentados), não cimentadas (nenhum componente é cimentado), híbrida (a haste femoral, mas não a cúpula acetabular, é cimentada) ou híbrida reversa (o copo acetabular, mas não o caule femoral, é cimentado).

Fotografia de diferentes componentes acetabulares metálicos (não cimentados) e diferentes superfícies protéticas. (A): cabeça metálica/ Polietileno, (B): Cabeça cerâmica/cerâmica, (C): cabeça metálica/metal.


Padronização no SUS[editar]

Até 2019, os componentes padronizados e regularmente disponibilizados pelo SUS eram o Componente acetabular de polietileno, Componente acetabular metálico e Cabeça Femoral Metálica. Após a avaliação da CONITEC, e publicação da PORTARIA Nº 4, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2019, tornou-se pública a decisão de incorporar as próteses de cerâmica-polietileno para artroplastia total de quadril em pacientes jovens, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. A partir de então, se incorporou ao SUS a cabeça femoral de cerâmica, a ser aplicado com componente acetabular de polietileno.

Assim, consta atualmente na tabela Sigtap para os procedimentos de artoplastia primária mais utilizados no SUS (04.08.04.008-4 - ARTROPLASTIA TOTAL PRIMÁRIA DO QUADRIL CIMENTADA e 04.08.04.009-2 - ARTROPLASTIA TOTAL PRIMARIA DO QUADRIL NÃO CIMENTADA / HÍBRIDA), compatibilide com os seguintes componentes de prótese:

  • 0702030171 - COMPONENTE FEMORAL CIMENTADO MONOBLOCO TIPO CHARNLEY
  • 0702030104 - COMPONENTE ACETABULAR METÁLICO DE FIXAÇÃO BIOLÓGICA PRIMÁRIA / REVISÃO
  • 0702030163 - COMPONENTE FEMORAL CIMENTADO MODULAR PRIMARIO
  • 0702030210 - COMPONENTE FEMORAL NAO CIMENTADO MODULAR PRIMARIO
  • 0702030597 - COMPONENTE ACETABULAR DE POLIETILENO P/ COMPONENTE METALICO PRIMARIO / DE REVISAO DE FIXACAO BIOLOGICA

  • 0702030139 - COMPONENTE CEFÁLICO PARA ARTROPLASTIA TOTAL DO QUADRIL (INCLUI PRÓTESE) - Este último componente consta a seguinte descrição:

COMPONENTE PRINCIPAL ESTÉRIL E IMPLANTÁVEL DE UMA PRÓTESE TOTAL DE QUADRIL (COMPONENTE FEMORAL), CONCEBIDO PARA SUBSTITUIR A CABEÇA DO FÊMUR. O DISPOSITIVO PODE SER FEITO DE MATERIAIS METÁLICOS E/OU CERÂMICA

Conclusão[editar]

As condições ideais para a cirurgia de artroplastia de quadril vão além do tipo de implante em si. Um dos fatores de complicação nas cirurgias de artroplastia de quadril se rlaciona com o inadequado atendimento e acompanhamento a pacientes que não se aplicou técnica e instrumental mais adequados, comprometendo a longevidade da prótese. Por outro lado, as evidências científicas indicam que as próteses importadas de metal-metal, cerâmica/cerâmica e modulares não apresentaram ganhos significativos em relação às próteses convencionais disponíveis no SUS.


Referências[editar]

  1. CONITEC. Próteses de cerâmica-polietileno para artroplastia total de quadril em pacientes jovens - Relatório de Recomendação nº 426. Fevereiro/2019
  2. Fischer HB, Simanski CJ. A procedure-specific systematic review and consensus recommendations for analgesia after total hip replacement. Anaesthesia, 2005; 60(12): 1189-1202
  3. RONDINELLI PC, et al. Cirurgia de revisão na artroplastia do quadril com utilização de enxerto de banco de ossos. Rev Bras Ortop. 1993;28(6)
  4. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2010/1956_2010.htm
  5. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2011/1974_2011.htm
  6. Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.627/2001
  7. Resolução CREMESP nº 81, de 9 de junho de 1997
  8. Assessoria de Imprensa do CREMEPE. Ética.
  9. Tabela Sigtap, consulta em 08/03/2024 [1]