Mudanças entre as edições de "Diacereína"

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Em revisão sistemática utilizando meta-análise sobre ensaios clínicos randomizados realizada por Rintelen et al., 2006, 19 estudos foram incluídos. Diacereína e antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) foram igualmente eficazes em relação à melhora da dor e função durante o período de tratamento ativo, em pacientes com osteoartrite do quadril e / ou joelho. Avaliações de tolerabilidade revelaram a superioridade do placebo em relação à diacereína, sem diferenças entre diacereína e AINEs<ref> [RINTELEN, B.; NEUMANN, K.; LEEB, B. F. A meta-analysis of controlled clinical studies with diacerein in the treatment of osteoarthritis. Arch Intern Med. 2006 Sep 25;166(17):1899-906]</ref>.
 
Em revisão sistemática utilizando meta-análise sobre ensaios clínicos randomizados realizada por Rintelen et al., 2006, 19 estudos foram incluídos. Diacereína e antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) foram igualmente eficazes em relação à melhora da dor e função durante o período de tratamento ativo, em pacientes com osteoartrite do quadril e / ou joelho. Avaliações de tolerabilidade revelaram a superioridade do placebo em relação à diacereína, sem diferenças entre diacereína e AINEs<ref> [RINTELEN, B.; NEUMANN, K.; LEEB, B. F. A meta-analysis of controlled clinical studies with diacerein in the treatment of osteoarthritis. Arch Intern Med. 2006 Sep 25;166(17):1899-906]</ref>.
  
Uma revisão sistemática realizada por Fidelix et al., concluiu que mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia a curto e longo prazo e toxicidade da terapia com diacereína na Osteoartrite<ref> [FIDELIX, T. S.; SOARES, B. G.; TREVISANI, V. F. Diacerein for osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Jan 25;(1):CD005117]</ref>.  
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Uma revisão sistemática realizada por Fidelix et al., concluiu que mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia a curto e longo prazo e toxicidade da terapia com diacereína na Osteoartrite<ref> [http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16437519 FIDELIX, T. S.; SOARES, B. G.; TREVISANI, V. F. Diacerein for osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Jan 25;(1):CD005117]</ref>.  
  
 
As diretrizes do Colégio Americano de Reumatologia recomendam o tratamento inicial da artrose com medidas não-farmacológicas, havendo evidências crescentes de que os pacientes beneficiam-se com perda de peso, terapia física, fortalecimento muscular e exercício aeróbico. Fisioterapia e terapia ocupacional desempenham um papel central na gestão de pacientes com limitações funcionais.  
 
As diretrizes do Colégio Americano de Reumatologia recomendam o tratamento inicial da artrose com medidas não-farmacológicas, havendo evidências crescentes de que os pacientes beneficiam-se com perda de peso, terapia física, fortalecimento muscular e exercício aeróbico. Fisioterapia e terapia ocupacional desempenham um papel central na gestão de pacientes com limitações funcionais.  

Edição das 11h00min de 10 de fevereiro de 2015

Classe terapêutica

Antraquinona – bloqueia atividade interleucina-1

Nomes comerciais

Artrodar

Principais informações

Diacereína é indicada no tratamento sintomático da osteoartrite (artrose e afecções articulares do tipo degenerativo)<ref> Bula do medicamento</ref>.

É um fármaco de ação lenta para o tratamento da osteoartrose (AASAL). Mostrou inibir a síntese de citocinas pró-inflamatórias, tais como a interleucina 1 (IL-1), e a síntese de proteases e radicais livres de oxigênio, todos envolvidos no processo de degradação cartilaginosa<ref>Nota Técnica do Ministério da Saúde – Diacereína</ref>.

Esse medicamento estimula a produção de componentes da cartilagem, além de bloquear os principais mediadores da resposta inflamatória envolvidos na degradação dessa estrutura. Essas propriedades lhe conferem atividades anti-osteoartrósicas e, moderadamente, analgésica, anti-inflamatória e antipirética<ref> Bula do medicamento</ref>.

Diacereína possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA para o tratamento sintomático da osteoartrose (artrose e afecções articulares do tipo degenerativo) <ref>Nota Técnica do Ministério da Saúde – Diacereína</ref>.

Em setembro de 2014, a European Medicines Agency publicou um documento listando as restrições de utilização de medicamentos contendo diacereína, devido aos efeitos gastrintestinais e hepáticos. Devido aos riscos associados à diarréia grave, a diacereína deixou de ser recomendada a pacientes com idade igual ou superior a 65 anos. Além disso, a recomendação é de que os medicamentos contendo diacereína deixem de ser utilizados em pacientes com doença hepática ou com história prévia de doença hepática<ref> Diacerein-containing medicines for oral administration</ref>.

Uma revisão sistemática realizada por Bartels et al., 2010, para estimar a eficácia e a segurança do uso de diacereína para redução de dor em osteoartrite, incluiu seis ensaios (sete sub-estudos; 1.533 pacientes), revelando um elevado grau de inconsistência entre os ensaios em relação à redução da dor e apresentou um questionamento em relação ao tamanho do efeito clínico. O risco de viés de publicação não pode ser excluído, e os ensaios com duração de mais de 6 meses não favoreceu diacereína. Houve um aumento do risco de diarréia, e algumas retiradas de terapia foram seguidas de eventos adversos. Concluiu-se que a Diacereína pode ser uma terapia alternativa para osteoartrose para os pacientes que não podem tomar paracetamol ou anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) por causa de efeitos adversos ou falta de benefício. No entanto, ela é associada com maior risco de diarréia, e os benefícios sintomáticos após 6 meses permanece desconhecidos<ref>[BARTELS, E. M. et al. Symptomatic efficacy and safety of diacerein in the treatment of osteoarthritis: a meta-analysis of randomized placebo-controlled trials. Osteoarthritis Cartilage. 2010 Mar;18(3):289-96. Epub 2009 Oct 14]</ref>.

Em revisão sistemática utilizando meta-análise sobre ensaios clínicos randomizados realizada por Rintelen et al., 2006, 19 estudos foram incluídos. Diacereína e antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) foram igualmente eficazes em relação à melhora da dor e função durante o período de tratamento ativo, em pacientes com osteoartrite do quadril e / ou joelho. Avaliações de tolerabilidade revelaram a superioridade do placebo em relação à diacereína, sem diferenças entre diacereína e AINEs<ref> [RINTELEN, B.; NEUMANN, K.; LEEB, B. F. A meta-analysis of controlled clinical studies with diacerein in the treatment of osteoarthritis. Arch Intern Med. 2006 Sep 25;166(17):1899-906]</ref>.

Uma revisão sistemática realizada por Fidelix et al., concluiu que mais pesquisas são necessárias para confirmar a eficácia a curto e longo prazo e toxicidade da terapia com diacereína na Osteoartrite<ref> FIDELIX, T. S.; SOARES, B. G.; TREVISANI, V. F. Diacerein for osteoarthritis. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Jan 25;(1):CD005117</ref>.

As diretrizes do Colégio Americano de Reumatologia recomendam o tratamento inicial da artrose com medidas não-farmacológicas, havendo evidências crescentes de que os pacientes beneficiam-se com perda de peso, terapia física, fortalecimento muscular e exercício aeróbico. Fisioterapia e terapia ocupacional desempenham um papel central na gestão de pacientes com limitações funcionais.

Estudo recente demonstrou a eficácia de um programa de exercícios para melhorar a força muscular, mobilidade e coordenação em pacientes com osteoartrose de joelho ou de quadril. Neste estudo, os pacientes randomizados para o grupo do exercício não só tiveram melhora da dor e incapacidade, mas também relataram tomar menos paracetamol e recorridos a menos visitas ao médico por 12 semanas após a entrada<ref> American College of Rheumatology Subcommittee on Osteoarthritis Guidelines. Recommendations for the medical management of osteoarthritis of the hip and knee. 2000 Update. Arthritis Rheum 2000;43(9):1905-15</ref>. De acordo com o Projeto Diretrizes para o tratamento da osteoartrite (artrose), a terapia medicamentosa de primeira escolha é o paracetamol, em pacientes com manifestação leve ou moderada. Em pacientes que apresentam quadro inflamatório evidente, podem ser indicados antiinflamatórios como o ibuprofeno, prednisona, prednisolona e dexametasona.

Informações sobre o medicamento/alternativas

Diacereína não está padronizada em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Ainda, compete a esse órgão elaborar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para tratamento da patologia que acomete o paciente.

Sendo assim, cumpre ser informado que o medicamento referido, por não estar padronizado, não é fornecido pelo Estado.

Alternativamente, as Unidades Locais de Saúde disponibilizam o antiinflamatório analgésico ibuprofeno600mg comprimido e solução oral 50mg/ml, Prednisona 5mg e 20mg, Prednisolona solução oral 1,34mg/ml, Ácido acetilsalicílico 500mg, e o analgésico e antitérmico Paracetamol 500mg comprimido e solução oral 200mg/ml, pois são integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2013. A aquisição e distribuição destes medicamentos é responsabilidade dos municípios, os quais recebem recursos financeiros das três esferas em gestão. Ressalta-se que a disponibilização destes medicamentos é obrigatória, de acordo com a Deliberação 501/CIB/13 de 27 de novembro de 2013, visando garantir as linhas de cuidado das doenças contempladas no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, indicados nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), de acordo com a necessidade local/regional.

Os medicamentos disponibilizados para artrite reumatóide (CID10: M05.0, M05.1, M05.2, M05.3, M05.8, M06.0, M06.8, M08.0) são: cloroquina, hidroxicloroquina, sulfassalazina, metotrexato, e ciclosporina (medicamentos modificadores do curso da doença) que pertencem ao grupo 2 cujo financiamento é de responsabilidade das Secretarias de Estado da Saúde. Leflunomida pertencente ao grupo 1B (financiamento é de responsabilidade do Ministério da Saúde, por transferência de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual de Saúde) e infliximabe, adalimumabe e etanercepte (Agentes biológicos- agentes anti-citocinas) que pertencem ao grupo 1A (financiamento é de responsabilidade do Ministério da Saúde por aquisição centralizada).

Os medicamentos disponibilizados para osteoporose (CID10 M80.0, M80.1, M80.2, M80.3, M80.4, M80.8, M81.0, M81.1, M81.2, M81.3, M81.4, M81.6, M81.8, M82.0, M82.1, M82.8) são: calcitonina, pamidronato, risedronato, raloxifeno. Para o tratamento da osteoporose (CID10 M80.5, M81.5) os medicamentos disponibilizados são: calcitonina, calcitriol, pamidronato, risedronato, raloxifeno. Esse medicamentos pertencem ao grupo 2 cujo financiamento é de responsabilidade das Secretarias de Estado da Saúde. Para o tratamento do alívio da dor crônica (CID10 R52.1, R52.2) o SUS oferece o medicamento gabapentina por meio do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, o qual busca prover a integralidade de tratamento no âmbito do sistema.

O acesso ao Componente Especializado da Assistência Farmacêutica se dá através de abertura de processo de solicitação de medicamento, devendo o paciente ou, na sua impossibilidade, o seu cuidador, dirigir-se à Unidade de Assistência Farmacêutica - UFAs para este Programa, a qual o município onde reside está vinculado.


Referências

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