Programa Estadual de Vigilância e Controle das Hepatites Virais (PEHV)

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Revisão de 21h49min de 6 de junho de 2016 por Autor (Discussão | contribs)
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Conceitos

O Programa Estadual de Vigilância e Controle das Hepatites Virais (PEHV), instituído em maio de 2005, passou em 2011 a integrar as ações da Gerência de Vigilância das DST/HIV/AIDS (GEDST), sob coordenação da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Santa Catarina. O PEHV desenvolve estratégias conjuntas com as 16 Regiões de Saúde sobre prevenção, promoção, vigilância e assistência das hepatites virais no nosso Estado.

As hepatites virais no decorrer dos anos vêm se tornando um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. É uma inflamação no fígado, que pode ser causada por vírus. São doenças silenciosas na maior parte do tempo, mas quando aparecem sintomas, estes podem ser: cansaço, dor abdominal, fezes claras, pele e olhos amarelados, febre, tontura, enjoo e/ou vômitos e urina escura. Diversas são as causas de hepatites, estando o vírus hepatotrópicos, entre os mais relevantes. Os vírus mais comuns são os tipos A, B e C.

Em Santa Catarina as hepatites virais apresentam um perfil epidemiológico heterogêneo, tipicamente caracterizado por uma endemicidade para Hepatite B no Oeste catarinense e Hepatite C na região litorânea, apesar da ocorrência de ambos os agravos em todas as regiões. As hepatites virais com maior relevância e impacto na saúde pública são as causadas pelos vírus da hepatite B (HBV da família Hepadnaviridae) e da hepatite C (HCV da família Flaviridae).

Devido às características da doença, se torna de grande impacto para a saúde pública, por não apresentar sintoma e ter uma evolução lenta e perigosa, levando a danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso a importância de campanhas para alertar a população dos riscos e incentivar a realização dos exames em suas consultas de rotina e oferta de teste rápido para Hepatite B e C, que já se encontra disponível na maioria dos serviços de saúde do estado.

Hepatite B

A hepatite B é considerada um IST (Infecção Sexualmente Transmissível), transmitida pelo sangue principalmente através de relações sexuais sem o uso de preservativo, também, por meio do compartilhamento de objetos como agulhas e seringas, lâminas de barbear ou de depilar, instrumentos para uso de drogas, materiais de manicure, escovas de dente ou materiais para confecção de tatuagens e colocação de piercings. A gestante portadora do vírus B pode transmitir a doença para o bebê durante a gestação, por isso a importância da testagem no pré- natal.

As principais formas de prevenção contra a hepatite B são a vacina e o uso de preservativo. O Ministério da Saúde disponibiliza a vacinação contra a hepatite B para todas as faixas etárias e está disponível gratuitamente em todas as salas de vacina na rede pública de saúde do Estado. Recém-nascidos de mães com o vírus devem receber imunoglobulina específica e vacina imediatamente após o parto para diminuir o risco de transmissão vertical.

Santa Catarina é o terceiro estado com maior taxa de detecção do Brasil. Em 2014, foram notificados por SC, 1.557 casos de hepatite B. A tabela 03 apresenta os dados de notificação de hepatite B nas 16 Regiões de Saúde de Santa Catarina, no ano de 2014.

Hepatite C

A Hepatite C é causada pelo HCV, membro do gênero Hepatocivirus, na família Flaviridae. O diagnóstico pode ser realizado via Teste Rápido ou exames laboratoriais específicos, a confirmação dos casos reagentes é feita via realização do exame de biologia molecular (HCV-RNA). A soroconversão do anti-HCV pode ocorre em media de nove semanas após a exposição. A taxa de cronificação da hepatite C é de aproximadamente 80%.

A hepatite C é transmitida principalmente pelo sangue. Quem recebeu transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993 pode ter a doença. As outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B, porém, a sexual é menos frequente. É importante ressaltar que, em um percentual significativo de casos não é possível identificar a via de infecção. Segundo último boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, em 2011, foi notificado 9.565 casos de hepatite C no Brasil com uma taxa de detecção de 5.0%, a região Sul concentra 8.5%, níveis acima do Brasil (Tabela 04). (Boletim epidemiológico hepatites virais 2012). Santa Catarina é o quarto estado com a maior taxa de detecção do Brasil, e o segundo da região Sul (Tabela 05). Em 2014, foram notificados por SC 1.557 casos de hepatite C.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico e tratamento dos pacientes com hepatites virais em SC está em sua maioria descentralizado. Os exames de diagnóstico são realizados via teste rápido, estão sendo realizados em cerca de 80% dos municípios catarinenses; além dos testes rápidos os municípios fazem suas contratações via laboratórios municipais ou através do LACEN (Laboratório central de Saúde Pública). Os exames para confirmação do diagnóstico, tratamento e monitoramento são realizados via LACEN.

Por se tratar de doenças que fazem parte do componente especializado de assistência farmacêutica e são medicações de altíssimo custo, o tratamento para hepatites virais B e C são oferecidos pelo Ministério da Saúde à todos os pacientes que se enquadrem nos Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Esses protocolos são baseados em evidências científicas internacionais e nacionais e aprovados em todas as esferas envolvidas no processo.

Observações

Há dois tipos de tratamento oferecidos pelo Ministério da Saúde para tratamento da hepatite C: Terapia com [Interferon Peguilado] e [Ribavirina] e terapia com novos medicamentos de ação direta: [Sofosbuvir], [Simeprevir] e [Daclatasvir].

É de grande importância seguir as opções de tratamento para que não sejam queimadas etapas impossibilitando o ingresso do paciente há mais de um tratamento caso haja recidiva da doença.

É obrigatório o acompanhamento da evolução do tratamento e sua resposta terapêutica sustentada.

Todos os tratamentos para as hepatites B e C oferecidos pelo SUS devem seguir estritamente os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. <ref> Texto elaborado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina em maio de 2016 </ref>

Referências

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