Litíase urinária

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Revisão de 12h45min de 18 de setembro de 2013 por Autor (Discussão | contribs) (Litotripsia extra-corpórea por ondas de choque (LEOC ou LECO))
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Investigação<ref>Sampaio FJB, Zanchetti E. Litíase Urinária: Investigação Diagnóstica. Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Conselho Federal de Medicina. São Paulo. jun/2006.</ref>

A tomografia computadorizada representa o método de escolha para investigação diagnóstica para litíase urinária.
A segunda alternativa pode ser a ultra-sonografia associada à radiografia simples de abdome.
A urografia excretora está indicada nos casos em que se desejam informações específicas de anatomia e função renal.
O ultra-som e a ressonância magnética podem ser particularmente úteis nas pacientes grávidas.
Os achados ao ultra-som de cálculos de três milímetros ou menos são de valor reduzido.

Tratamento clínico<ref>Lemos GC, Schor N. Litíase Urinária: Aspectos Metabológicos em Adultos e Crianças. Sociedade Brasileira de Urologia. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira. Conselho Federal de Medicina. São Paulo. jun/2006.</ref> (conservador, sem cirurgia)

Não há consenso entre os especialistas, pois:

  • Apesar de 40 anos de pesquisa laboratorial e epidemiológica, o papel dos elementos que causam e dos que impedem a formação dos cálculos não está totalmente entendido;
  • A formação de cálculos nem sempre está associada a valores alterados de exames de sangue e urina habitualmente realizados;
  • A história natural da litíase é muito variável, necessitando seguimento em longo prazo para avaliar seu benefício.

Além destes aspectos, os medicamentos disponíveis para tratamento no que diz respeito à dissolução do cálculo, crescimento ou recorrência não são totalmente estabelecidos. A maioria dos estudos científicos não apresenta controles com placebo ou versus história natural da evolução da doença. Os tratamentos devem levar em consideração a observação de que 15% a 20% dos pacientes apresentam redução da recorrência sem tratamento.
Recomendações comprovadas cientificamente:

  1. Aumento da ingestão de fluidos: Os pacientes devem ser orientados para ingerir, pelo menos, 2,5 L/dia.
  2. Ingestão de cálcio e potássio: Sugere-se a ingestão de 800 a 1200 mg de cálcio ao dia, na forma de alimentos. Tanto o excesso como a restrição do cálcio são prejudiciais.
  3. Restrição da ingesta de proteínas e sódio


  • O PAPEL DAS MEDICAÇÕES NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA LITÍASE

Estudos de tratamento medicamentoso para litíase sugerem que ocorre redução na formação de cálculos, porém estes são estudos com poucos pacientes e evolução menor de 3 anos. As medicações utilizadas apresentam efeitos colaterais consideráveis, sendo sugerido que elas sejam prescritas quando ocorrer a formação recorrente de cálculos. Por outro lado, a litotripsia extracorpórea por ondas de choque também tem efeitos colaterais importantes, que apesar de pouco freqüentes, podem ser graves. Deste modo, as medidas dietéticas e a prescrição criteriosa do tratamento medicamentoso devem ser a escolha preferencial para prevenção de futuros eventos litiásicos, até que novas drogas com menor potencial nocivo sejam desenvolvidas.
Na era dos tratamentos minimamente invasivos e de baixa morbidade, procura-se utilizar o menor número de drogas possível. Estas devem ser prescritas para pacientes com elevada recorrência, risco cirúrgico alto e quando não há adesão ao tratamento dietético.
A mudança do estilo de vida deve ser enfatizada.

Nefrolitotripsia Percutânea (NLP)

é um procedimento urológico minimamente invasivo para o tratamento de cálculos renais. Foi realizada pela primeira vez em 1976, mas após o advento da LEOC (Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque) ficou em segundo plano, retornando para seu lugar de destaque nos casos de falha ao tratamento com LEOC. Atualmente tem suas indicações bem definidas para cálculos renais maiores que 2 cm em pelve renal ou cálices superiores, cálculos de cálice inferior maiores que 1 cm, cálculos muito duros (vistos à tomografia com densidade >1000UH) e aqueles casos que falharam ao tratamento anterior com LEOC.

O procedimento consiste da punção de um cálice renal guiada por radioscopia, seguida 

da dilatação até se poder entrar com o nefroscópio dentro do rim - aparelho com menos de 1cm de diâmetro munido de uma câmera, por onde se pode observar a anatomia intrarrenal, e de um canal de trabalho, por onde se podem passar probes e pinças para quebrar e retirar os cálculos, respectivamente. Esta pequena incisão de aproximadamente 1cm é bastante diferente daquela lombotomia tradicional para cirurgia aberta, tanto esteticamente, como, principalmente, relacionado a dor e à recuperação no pós-operatório.

Litotripsia extra-corpórea por ondas de choque (LEOC ou LECO)

É um tratamento que consiste em submeter o cálculo ao impacto de sucessivas ondas de choque de alta energia, geradas por diferentes mecanismos de acordo com o tipo de equipamento, emitidas por uma fonte à distância do foco de atuação, que se propagam em meio líquido e penetram no corpo em direção ao cálculo. Essa onda de choque entra no abdômen do(a) paciente portador do cálculo urinário através do ponto de contato entre um cilindro (que contém a fonte de energia e um meio líquido de propagação da onda) e a pele. Após incidir sobre o cálculo, a onda de choque continua se propagando até sair do corpo. Trata-se de um procedimento ambulatorial e pouco doloroso, dependendo do limiar de dor do paciente, do tipo de máquina, da intensidade utilizada (dureza do cálculo) e do número de impulsos. Pode ser realizado sob analgesia, sedação, ou anestesia peridural, com o objetivo de quebrar o cálculo, dando origem a fragmentos pequenos o bastante para serem eliminados espontaneamente com o fluxo urinário. O sucesso absoluto é traduzido pela eliminação completa do cálculo após o tratamento A LEOC revolucionou o tratamento da calculose urinária, transformando-se rapidamente na maior inovação tecnológica para o tratamento desta doença. No início, o seu uso foi limitado ao tratamento de cálculos renais, no entanto, os avanços na tecnologia destes equipamentos permitiram a aplicação desta modalidade não invasiva também em cálculos em todo o ureter (tubo de ligação entre os rins e a bexiga) e bexiga. Deve ser considerado como um procedimento não invasivo, com baixo índice de complicações, indicada por urologistas e realizado em equipamentos operados por médico.

Referências

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