Fisioterapia Urológica + Biofeedback

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Revisão de 17h41min de 29 de dezembro de 2020 por Autor (Discussão | contribs) (Tratamentos não invasivos de disfunções de assoalho pélvico pelo SUS)
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Definição:

As opções de tratamento não invasivo para as disfunções do assoalho pélvico podem incluir terapias como o treinamento do músculo do assoalho pélvico (TMAP), biofeedback, eletroestimulação ou estimulação eletrogalvânica (EEG), modificação comportamental e farmacoterapia, incluindo estrogênio vaginal. (BERTOTTO, 2014).1

O Biofeedback Eletromiográfico (BFE) é definido como uma terapia na qual são demonstrados eventos fisiológicos do músculo por meio de dispositivos eletrônicos, no intuito de promover a aprendizagem do paciente quanto a realização de contrações dos MAP’s. A aplicação clínica do Biofeedback eletromiográfico possibilita realizar o controle voluntário da musculatura promovendo a reeducação neuromuscular através da retroalimentação visual ou auditiva gerada pela eletromiografia de superfície (EMGs). 2

A eletroestimulação intravaginal (EEIV) – tens - tem o objetivo de fortalecer os músculos do assoalho pélvico, melhorar a propriocepção desta musculatura e também promover estímulos inibitórios para o detrusor. Seu mecanismo de ação se dá através da emissão de estímulos elétricos às terminações nervosas locais, que caminham através do nervo pudendo. Ao ser aplicado um estímulo nervoso periférico, as fibras motoras e sensitivas podem ser excitadas e ocorre uma pequena descarga elétrica que leva à redução do potencial de membrana. Isso gera um potencial de ação, o qual transmite a informação do sistema nervoso para os músculos 3

Estudos científicos:

Uma das abordagens não invasivas amplamente utilizadas para tratar essas disfunções é o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP), com nível 1 de evidência e grau A de recomendação, o TMAP pode ser feito através do biofeedback eletromiográfico, que além de ser útil para o treinamento, pode avaliar a atividade mioelétrica desses músculos” (BERTOTTO, 2014).

Tratamentos não invasivos de disfunções de assoalho pélvico pelo SUS

Tratamento Conservador de Incontinência Urinária Não Neurogênica

Para o tratamento da IUE - Incontinência Urinária de Esforço é recomendada a abordagem conservadora antes do tratamento invasivo. Nas mulheres o tratamento conservador inclui: mudanças no estilo de vida e fisioterapia. O tratamento conservador por meio de orientação, exercícios pélvicos e biofeedback deve ser a primeira escolha. Nos homens o tratamento conservador por meio de orientação, exercícios pélvicos e biofeedback deve ser a primeira escolha nos primeiros 12 meses por antecipar a recuperação espontânea da continência (39).

Fisioterapia- Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP) O treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) recomendado como primeira linha de tratamento. Em situações de não adesão, recusa da paciente ou falha do TMAP, outras formas de tratamento serão indicadas. O TMAP pode ser associado ao biofeedback (por meio de estímulos visuais, táteis ou auditivos), estimulação elétrica de superfície ou cones vaginais.

A IUE masculina após a prostatectomia apresenta característica de resolução espontânea na maioria dos casos, no prazo de 6 a 12 meses. A realização de fisioterapia, nos primeiros meses pós-operatório, pode acelerar o tempo de recuperação da continência. Nesse período o TMAP pode ser recomendado considerando a preferência do paciente. O TMAP não oferece benefício para tratamento da IU aos 12 meses após a prostatectomia(56). Há evidências contraditórias sobre se o treinamento vesical, estimulação elétrica ou biofeedback aumenta a eficácia da TMAP isolado nos homens(49).

Biofeedback O Biofeedback é considerado um tratamento adjunto para o TMAP, pois, permite que os pacientes observem a contração dos MAP enquanto realizam os exercícios. Atua como adjuvante ao TMAP, motiva os pacientes a conseguir uma contração muscular mais forte e, assim, estimula a adesão ao treinamento intensivo. As medidas da atividade dos MAP podem ser avaliadas por perineômetro ou eletromiografia. Os regimes de tratamento supervisionados de maior intensidade e a adição de biofeedback conferem maior benefício. Apoia-se o princípio geral de que uma maior eficácia é alcançada por meio da associação de diferentes tipos de tratamento e aumento progressivo da intensidade. A adição do Biofeedback ao TMAP pode promover melhor coordenação e controle dos MAP quando comparado ao TMAP sem o Biofeedback (49, 51, 59). Esses procedimentos são técnicas de fisioterapia e devem realizados por profissional capacidado. No SUS o procedimento que respalda essas técnicas é o 03.02.01.002-5 - ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES C/ DISFUNÇÕES UROGINECOLÓGICAS. (fonte: http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatrio_-Incontinncia_Urinria_no_Neurognica_CP_47_2019.pdf)

Referência bibliográfica:

1. BERTOTTO, Adriane. Ensaio clínico randomizado e controlado: técnicas de treinamento do assoalho pélvico com e sem biofeedback eletromiográfico em mulheres na pó-menopausa com incontinência urinária de esforço. 2014.

2. https://docplayer.com.br/60567070-A-influencia-do-biofeedback-eletromiografico-no-tratamento-das-disfuncoes-do-assoalho-pelvico.html

3. Aplicações clínicas das técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico / organizador: Paulo César Rodrigues Palma. -- Campinas, SP :Personal Link Comunicações, 2009.