Autismo

De InfoSUS
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O Autismo ou Transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida e interfere no desenvolvimento cerebral normal das habilidades sociais e da comunicação. O transtorno do espectro autista costuma apresentar uma grande variedade de sintomas diferentes. Atualmente ainda não são conhecidas as causas desse transtorno e as pesquisas sugerem que existe uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.

O (DSM-V) define o autismo com os seguintes critérios:

  • (Problemas de interação social ou emocional alternativo)
  • (Graves problemas para manter relações)
  • (Problemas de comunicação não verbal)
  • (Comportamentos repetitivos e restritivos)

A detecção precoce do autismo é fundamental para que as intervenções possam ser realizadas, principalmente ao considerar-se que a resposta positiva ao tratamento (em termos de linguagem, desenvolvimento cognitivo e habilidades sociais) é mais significativa nos casos de intervenção mais imediata. Isso se dá em função da plasticidade cerebral, assim como das experiências precoces nos primeiros anos de vida do bebê, fundamentais para o funcionamento das conexões neuronais e para o desenvolvimento psicossocial.

O tratamento do autismo deve ter caráter multiprofissional e necessita da participação e do engajamento dos familiares.

Psicologia e Autismo

Na área da psicologia , a psicologia comportamental inclui a terapia cognitivo comportamental, o ABA e Denver.

Na intervenção com TEA, uma das abordagens mais difundidas para a intervenção é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

A TCC baseia-se na identificação de pensamentos disfuncionais, que envolvem comportamentos disfuncionais, prejudicando a vida do indivíduo. No caso de pessoas com TEA, a TCC é difundida pois apresenta resultados mais rápidos e que podem ser observados.

O método ABA (Applied Behavior Analysis) tem por finalidade identificar habilidades que o autista já domina e ensinar aquelas que ele ainda não domina. Sabe- se que o método ABA possui grande suporte científico, e tem sido o método de intervenção mais pesquisado e amplamente adotado, sobretudo nos Estados Unidos, para promover a qualidade de vida de pessoas com transtorno do espectro autista.

O modelo DENVER de Intervenção Precoce (ESDM) foi desenvolvido para oferecer resposta intensiva de intervenção precoce completa a crianças com TEA, a partir da idade de detecção de risco, até 48 meses de idade. É um dos poucos métodos de intervenção precoce com eficácia cientificamente comprovada para crianças com Perturbações do Espectro do Autismo.

Terapia Ocupacional e Autismo

A Terapia Ocupacional pode atuar nos modelo Denver, ABA, na terapia de integração sensorial de ayres, Floortime.

A terapia de integração sensorial de ayres é indicada nos casos que é identificada a DIS (desordem no processamento das informações sensoriais recebidas do meio).

O Floortime (também conhecido como DIRFloortime) é uma intervenção que é usada para promover o desenvolvimento de um indivíduo através de um processo respeitoso, lúdico, alegre e envolvente. Diversos aspectos que caracterizam o Floortime são compatíveis com os princípios da Terapia Ocupacional, como a utilização do brincar como ferramenta no processo terapêutico, por exemplo.

Fonoaudiologia e Autismo

A terapia fonoaudiológica permeada pelos princípios da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) apresenta grandes resultados, segundo várias pesquisas.

O Método PROMPT: “Prompts for Reestructuring Oral Muscular Phonetic Targets” tem como objetivo trabalhar a facilitação do planejamento motor dos sons da fala, melhorando o encadeamento e a inteligibilidade da mesma. É indicada para quaisquer distúrbios de produção da fala, mas principalmente para indivíduos com Apraxia de Fala e disartrias pois estes não se beneficiam das técnicas convencionais.

A Comunicação Alternativa (PECS), tem como definição qualquer forma de comunicação que não seja a fala. Inclui gestos, expressões, escrita, símbolos pictográficos e fotos dentre outros. Dentro desse recurso, encontramos o método PECS (Picture Exchange Communication System) que tem como definição a troca de figuras por meios de imagens (pictográficas ou fotos) com o objetivo de aumentar pedidos e estimular a interação.

Centro Catarinense de Reabilitação (CCR)

O CCR é uma instituição pública pertencente à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, habilitado pelo Ministério da Saúde em Centro Especializado em Reabilitação Física e intelectual (CER II), desde 03/05/2013. E, oferece o Serviço de Reabilitação Intelectual e Transtorno do Espectro do Autismo (RIA) que tem por objetivo oferecer serviço especializado interdisciplinar a indivíduos com deficiência intelectual e/ou transtorno do espectro autista, visando a maior independência e integração social, independente da faixa etária, para pessoas que residam nos municípios vinculados à macrorregião de saúde da Grande Florianópolis.

Possui equipe multidisciplinar formada por profissionais de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Neurologia, Psicologia e Terapia Ocupacional.

O agendamento da avaliação de ingresso é realizada nos Centros de Saúde com o encaminhamento de um profissional da área da saúde por meio do Sistema de Regulação (SISREG) do Sistema Único de Saúde (SUS).

Considerações Finais

Devemos enfatizar que não há uma abordagem única e insubstituível a ser privilegiada no atendimento de pessoas com transtornos do espectro do autismo. Os técnicos podem escolher entre várias abordagens existentes, considerando, caso a caso, sua efetividade e segurança. Em especial deve-se levar em conta a singularidade de cada caso. Independente do método terapêutico utilizado, há a inclusão da orientação e apoio dos pais e cuidadores, incluindo a possibilidade de visitas e terapias domiciliar quando necessário, assim como, orientação dos profissionais em contato com o paciente em ambiente escolar. Todos os terapeutas que aplicam métodos específicos devem passar por formação adequada e fazer parte de uma equipe multidisciplinar