Ivabradina

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Classe terapêutica

Inibidor específico e seletivo da corrente “If” do nódulo sinoatria

Nomes comerciais

Procoralan

Principais informações

A ivabradina inaugura uma nova classe terapêutica, pois é um inibidor específico e seletivo da corrente “If” do nódulo sinoatrial, modulando o influxo das correntes iônicas e determinando como consequência uma redução da frequência cardíaca, no repouso e no esforço <ref> SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012. Volume 98, Nº 1, Supl.1, Janeiro 2012 </ref>.

Conforme a bula, ivabradina é indicado no tratamento da doença arterial coronariana em adultos intolerantes ou que apresentem contraindicação ao uso de betabloqueadores, ou em combinação com betabloqueadores em pacientes inadequadamente controlados com a dose ótima de betabloqueadores e cuja frequência cardíaca é > 60bpm. Também é indicado no tratamento da insuficiência cardíaca crônica em combinação com terapia padrão incluindo betabloqueadores ou quando os betabloqueadores são contraindicados ou não tolerados <ref> Bula do Medicamento </ref>.

No estudo BEAUTIFUL, que incluiu 10.917 pacientes portadores de cardiopatia isquêmica, a associação da Ivabradina à terapêutica padrão, incluindo BB, resultou em redução estatisticamente significante de 36% no risco de hospitalização por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) fatal e não fatal e da necessidade de revascularização miocárdica em 30%. Subanálise específica do BEAUTIFUL, realizada com 1.507 pacientes que apresentavam angina limitante dentro do quadro clínico da cardiopatia isquêmica, demonstrou que a associação da ivabradina à terapêutica padrão, incluindo betabloqueador, reduziu com significância estatística a mortalidade cardiovascular em 24% e o risco de internação por IAM em 42%.

Resultados do estudo SHIFT, que incluiu 6.505 pacientes com IC classe funcional NYHA II, III e IV, demostraram que a associação da ivabradina à terapêutica otimizada tolerada, incluindo betabloqueadores, reduziu o desfecho primário de morte cardiovascular e internação por piora da IC em 18%, com significância estatística. Essa redução do desfecho primário foi observada de forma consistente e independente da idade, sexo e histórico de diabetes melito ou hipertensão arterial. O estudo SHIFT mostrou também que a associação da ivabradina reduziu o risco de morte por IC em 26% e o risco de hospitalização por piora da IC em 26%. Eventos adversos sérios foram raros nos pacientes que receberam ivabradina, e somente 1 % dos pacientes apresentou bradicardia sintomática. Iniciou-se a ivabradina com dose de 5 mg duas vezes ao dia, e houve otimização da dose para 7,5 mg duas vezes ao dia, conforme resposta da frequência cardíaca. Portanto, as evidências recomendam associação da ivabradina à terapêutica-padrão, incluindo betabloqueador, com o objetivo de melhorar a função ventricular e reduzir o risco cardiovascular através da redução da combinação de morte cardiovascular e hospitalização por insuficiência cardíaca, redução do risco de IAM fatal e não fatal e da redução da mortalidade por IC <ref> SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012. Volume 98, Nº 1, Supl.1, Janeiro 2012 </ref>.

Informações sobre o medicamento/alternativas

O medicamento ivabradina não está padronizado em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Ainda, compete a esse órgão elaborar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para tratamento da patologia que acomete o paciente. Sendo assim, cumpre ser informado que o medicamento referido, por não estar padronizado, não é fornecido pelo Estado.

Para o tratamento da doença arterial coronariana, as unidades locais de saúde devem disponibilizar os fármacos dinitrato de isossorbida 5mg, mononitrato de isossorbida 20mg, anlodipino 5mg e 10mg e atenolol 50mg e 100mg, pois são integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2012.

Para tratamento da insuficiência cardíaca, além dos medicamentos acima, as unidades locais de saúde devem disponibilizar enalapril 5, 10 e 20mg, captopril 25mg, metildopa 250mg, e 40mg, espironolactona 25mg, e hidroclorotiazida 25mg pois são integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2012. A aquisição e distribuição destes medicamentos é responsabilidade dos municípios, os quais recebem recursos financeiros das três esferas em gestão. Ressalta-se que a disponibilização destes é obrigatória, de acordo com a Deliberação 192/CIB/11 de 22 de julho de 2011, visando garantir as linhas de cuidado das doenças contempladas no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, indicados nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), de acordo com a necessidade local/regional.

Ainda, as unidades locais de saúde (postos de saúde) também disponibilizam os medicamentos losartana 50 mg, propranolol 10 e 40mg, metoprolol 25, 50 e 100mg, carvedilol 3,125mg, 6,25mg, 12,5mg e 25mg, verapamil 80me e 120mg, amiodarona 200mg, propafenona 150mg e 300mg, hidralazina 25mg e 50mg, furosemida 40mg, pois são integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2012. A aquisição e distribuição destes medicamentos é responsabilidade dos municípios, os quais recebem recursos financeiros das três esferas em gestão.

Referências

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