Melilotus officinalis (extrato seco)

De InfoSUS
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Classe terapêutica

Fitoterápico

Nomes comerciais

Vecasten

Principais informações

Melilotus officinalis é destinado ao tratamento dos sintomas relacionados a varizes, tais como: dor, peso nas pernas, câimbras, prurido (coceira) e edema (inchaço). Também está indicado para tratamento da insuficiência venosa crônica (dificuldade de retorno do sangue das pernas para o coração); tromboflebite (coágulo associado à inflamação de veias); congestão linfática (acúmulo de líquido nos vasos linfáticos), síndrome pós-trombótica (conjunto de sinais e sintomas associados a um trombo – coágulo) e hemorroida (dilatação das veias do ânus e reto)[1].

Melilotus officinalis é uma planta perene, cuja distribuição geográfica inclui Europa, América do Norte e Austrália, bem como regiões temperadas da Ásia. Seu extrato contém: cumarina, ácido cumárico e hidrocumarina.

Uma revisão sistemática publicada na Cochrane, na qual avaliou o uso de flebotônicos (substâncias que ajudam na circulação venosa) na insuficiência venosa, conclui que não há evidências suficientes para apoiar globalmente a eficácia dessas substâncias na insuficiência venosa crônica. Há uma sugestão de alguma eficácia em edema, mas isso é de relevância clínica incerta. Devido às limitações das evidências atuais, há uma necessidade de novos ensaios clínicos randomizados controlados com maior atenção à qualidade metodológica [2].


Insuficiência venosa crônica

A insuficiência venosa crônica tem elevada incidência e prevalência, tendo associação com varizes, úlcera e lesões tróficas de membros inferiores. É definida como uma anormalidade do funcionamento do sistema venoso causada por uma incompetência valvular, associada ao não à obstrução do fluxo venoso. Pode afetar o sistema venoso superficial ou profundo (ou ambos).


Varizes

As varizes são dilatações e tortuosidades de veias situadas superficialmente nos membros inferiores. O sistema venoso tem a função de carregar o sangue desoxigenado de volta para o coração. Em pessoas saudáveis, as veias conseguem impulsionar o sangue para cima, contrariando a lei da gravidade, porque são dotadas de válvulas, estruturas que se fecham depois que o sangue passou por elas, impedindo seu retorno. Quando as válvulas apresentam um defeito qualquer, perdem a elasticidade e o peso da coluna de sangue que está em cima força o escape de sangue para baixo. Esse aumento de pressão por insuficiência de contensão das válvulas faz com que as veias se dilatem progressivamente, formando as varizes.

Existe uma tendência hereditária para as pessoas apresentarem varizes, mas, além disso, alguns fatores podem desencadear o aparecimento ou a piora do quadro de varizes: gravidez, o uso de anticoncepcionais e ficar muito tempo na posição em pé ou sentada também são fatores desencadeantes.

O tratamento clínico das veias varicosas envolve uso de medicamentos, compressão elástica, medidas higieno-dietéticas e prática de exercícios físicos. O tratamento clínico, entretanto, não exclui a possibilidade do tratamento cirúrgico.

O tratamento farmacológico é feito através de medicamentos flebotônicos. Acredita-se que esses medicamentos interferiram na resposta inflamatória, e a partir da diminuição da hiperpermeabilidade capilar, restringe a formação do edema, o que faz com que a microcirculação possa ser favorecida por esse efeito anti-inflamatório. Porém, as varizes constituem um problema mecânico e ainda não foi descoberto um comprimido que corrija o mau funcionamento valvular nem a dilatação das veias. Por enquanto, os medicamentos existentes agem somente nas alterações que ocorrem nos capilares, na inflamação da pele e no edema.

Portanto, não há evidências suficientes para apoiar globalmente a eficácia dessas substâncias na insuficiência venosa crônica.

Importante ressaltar que esses medicamentos não devem substituir o tratamento de compressão elástica, nem os hábitos de vida que melhorem a estase venosa, nem a terapêutica cirúrgica, quando corretamente indicada.

O SUS fornece o TRATAMENTO CIRÚRGICO DE VARIZES, através do código 04.06.02.056-6 e TRATAMENTO DE VARIZES DOS MEMBROS INFERIORES C/ ULCERA através do código 03.03.06.030-1.

Informações sobre o medicamento/alternativas

O medicamento Melilotus officinalis não está padronizada em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Por esse motivo, não poderá ser fornecida e não há alternativa terapêutica disponível no momento.

Salienta-se que a União, os Estados e os Municípios são os gestores do SUS com responsabilidade, competência e legitimidade para orientar e organizar as políticas de saúde pública brasileiras, pautadas pelos princípios da universalidade, integralidade e eqüidade. Por meio dessas políticas são disponibilizados procedimentos, medicamentos e outros insumos importantes, visando o tratamento e a redução das principais doenças e agravos da população brasileira. Tais procedimentos, incluindo os medicamentos, são padronizados mediante análises técnico-científicas a partir das melhores evidências disponíveis e acompanhadas por estudos de impacto financeiro para o Sistema público de saúde brasileiro. Esse processo é fundamental para a disponibilização de medicamentos eficazes, seguros e com uma relação custo-benefício adequada.

Referências

  1. Bula do Medicamento
  2. Nota Técnica N° Nota Técnica N°°° 64 /2012 - Ministério da Saúde