Bomba de infusão de insulina

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Revisão de 20h31min de 16 de março de 2015 por Autor (Discussão | contribs) (Informações sobre o medicamento/alternativas)
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Classe terapêutica

Insulina

Nomes comerciais

ACCU-CHEK Spirit®, ACCU-CHEK Combo® e a Paradigma 715 e 722®

Principais informações

A bomba de infusão de insulina é um pequeno dispositivo eletrônico que contém um reservatório com insulina e que ligada a um tubo fino conduz a substância até um cateter colocado debaixo da pele, que terá de ser substituído de três em três dias. Desta forma, conforme as refeições, a atividade física, o estresse, o diabético pode variar a quantidade de insulina administrada sem necessidade de múltiplas injeções diárias. O equipamento é pequeno, semelhante a um telefone celular<ref>Bomba de Infusão de Insulina no Tratamento da Diabetes Tipo 1</ref>.

Esses aparelhos possibilitam simular o que acontece na fisiologia normal, com liberação contínua de insulina (basal) e por meio de pulsos (bolus) no horário das refeições, ou para corrigir a hiperglicemia, sendo capazes de proporcionar grande flexibilidade ao estilo de vida, particularmente em relação aos horários de refeições e a viagens<ref> Indicações e uso da bomba de infusão de insulina</ref>.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, as vantagens do uso da bomba de infusão de insulina são a maior flexibilidade de horário das refeições, redução do risco de hipoglicemias, e a longo prazo as complicações decorrentes do diabetes, melhora do controle glicêmico e níveis de hemoglobina glicada e melhor controle do chamado “fenômeno do amanhecer”, responsável pela elevação da glicemia entre as 4 e 8 horas da manhã, que causa hiperglicemia se o diabético não tiver calculado a dose de insulina na noite anterior, ou não se levantar de madrugada para administrá-la. No entanto, mesmo com todas essas vantagens se o diabético for obeso, ingerir grande quantidade de alimento ou açucares simples, não fizer exercícios físicos, não medir a glicemia na quantidade de vezes indicada, ou decidir determinar ele mesmo a quantidade de insulina utilizada, não existe muita vantagem no uso da bomba <ref>Sociedade Brasileira de Diabetes. Bombas de Infusão de Insulina</ref>.

Também de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, toda criança, adolescente ou adulto com Diabetes tipo 1 são candidatos em potencial para utilização do sistema de infusão continuada de insulina. Também é indicado para pacientes com hipoglicemias graves, hipoglicemias despercebidas, cetoacidoses recorrentes, pacientes com controle metabólico instável com múltiplas doses de insulina.

A administração de insulina num esquema de tratamento intensivo pode ser feita através de múltiplas doses ou de bombas de infusão contínua. As comparações entre esquema de doses múltiplas injetadas e bombas de infusão geralmente revelam equivalência entre os dois métodos, tanto em termos de hemoglobina glicada ou da dose diária total de insulina. Quanto à incidência de hipoglicemia e ao grau de satisfação com o tratamento, as bombas têm melhor desempenho nos adultos, havendo equivalência nas crianças e adolescentes. O custo é maior com a bomba, obviamente. Sendo assim, embora haja um discreto favorecimento estatístico na literatura para os resultados obtidos com a bomba, em termos de hemoglobina glicada, o consenso geral é de que ambos os métodos são igualmente adequados e eficazes<ref>MALERBI, D. et al. Posição de consenso da Sociedade Brasileira de Diabetes — insulinoterapia intensiva e terapêutica com bombas de insulina</ref>.

A Cartilha de Apoio Médico e Científico ao Judiciário, refere com relação à Bomba de Infusão de Insulina no Tratamento Diabetes Tipo 1 que “A busca de evidências localizou uma revisão sistemática da Colaboração Cochrane que avaliou 23 estudos com 976 participantes. Essa revisão sugere que existe alguma evidência que a bomba de insulina pode ser melhor que as múltiplas injeções diárias no controle do diabetes tipo 1, mas a diferença é de pequena magnitude. No entanto, não há evidências para desfechos como mortalidade, complicações e custos. A Sociedade Brasileira de Diabetes em documento de consenso coloca que a pequena diferença encontrada na literatura entre a bomba e as múltiplas injeções não parece justificar o emprego da bomba de insulina de forma generalizada, pois os custos são maiores, o paciente e o médico precisam ser excepcionalmente bem treinados e é obrigatória a necessidade de intervenção dos profissionais de outras áreas” <ref>Bomba de Infusão de Insulina no Tratamento da Diabetes Tipo 1</ref>.


Informações sobre o medicamento/alternativas

Bomba de infusão de insulina não está padronizada em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Ainda, compete a esse órgão elaborar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para tratamento da patologia que acomete o paciente. Sendo assim, cumpre ser informado que, por não estar padronizada, não é fornecida pelo Estado. No entanto, o Ministério da Saúde financia integralmente as insulinas NPH e Regular e os Estados e Municípios, financiam os insumos. Assim, o Sistema Único de Saúde disponibiliza os medicamentos: glibenclamida, metformina, gliclazida, as insulinas humanas NPH e Regular; e os insumos disponibilizados são seringas de 1ml, com agulha acoplada para aplicação de insulina; tiras para glicemia capilar e lancetas para punção digital para os portadores de Diabetes mellitus inscritos no Programa de Educação para Diabéticos.

Cumpre informar que, a Lei nº. 11.347/2006 determina que o SUS deve fornecer gratuitamente os medicamentos e materiais necessários a aplicação das insulinas e monitoramento da glicemia capilar aos portadores de diabetes, que devem estar inscritos no Programa de Educação para Diabéticos.

Deste modo é necessário avaliar se neste caso há necessidade da utilização deste equipamento pela paciente, uma vez que não se encontra desassistida pelo SUS o qual fornece medicamentos, bem como os insumos para tratamento da doença.

Referências

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