Auxílios ópticos para Baixa Visão e Visão Subnormal

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Visão subnormal[editar]

Visão subnormal é uma sub-especialidade dentro da oftalmologia e optometria onde os profissionais tratam de pessoas que tenham menos que a visão normal. A baixa visão pode ser resultado de fatores congênitos ou adquirida. Um exemplo é a neuropatia óptica hereditária de Leber e a degeneração macular relacionada à idade.


Classificação por baixa visão[editar]

Qualquer pessoa com visão reduzida não-corrigível é considerada uma deficiente visual, e pode ter um vasto leque de causas. A Organização Mundial de Saúde usa as seguintes classificações de deficiência visual. Quando a visão no melhor olho com a melhor correção é possível com uso de óculos


   • 20/30 a 20/60 : é considerado leve perda de visão, ou próximo da visão normal
   • 20/70 a 20/160 : é considerada baixa visão moderada, baixa visão moderada
   • 20/200 a 20/400 : é considerado grave deficiência visual, baixa visão grave
   • 20/500 a 20/1000 : é considerado visão profunda, baixa visão profunda
   • Inferior a 20/1000 : é considerado quase total deficiência visual, cegueira total ou quase
   • Nenhuma Percepção da luz : é considerada total deficiência visual, cegueira total


Existem também os níveis de deficiência visual baseado na perda do campo visual (perda de visão periférica). Nos Estados Unidos, qualquer pessoa com a visão que não possa ser corrigida para melhor que 20/200 no melhor olho, ou tenha 20 graus (diâmetro) ou menos de campo visual é considerado como "legalmente cego" ou elegíveis para deficiência e classificação possível na inclusão de certos programas governamentais.


== Magnitude da deficiência visual


   • Em nível mundial, em 2002 mais de 161 milhões de pessoas ficaram deficientes visuais, dos quais 124 milhões de pessoas tinham baixa visão e 37 

milhões eram cegos. No entanto, por alguns erros cometidos algumas causas para a deficiência visual não foram incluídas, o que implica que a real magnitude global da deficiência visual é maior.


   • Em nível mundial, para cada pessoa cega, uma média de 3,4 pessoas têm baixa visão, com o país e a variação regional variando de 2,4 a 5,5.


Patologias na acuidade visual, que podem causar perda de visão


   • Catarata
   • Glaucoma
   • Uveíte
   • Degeneração macular
   • Opacidade da córnea
   • Tracoma
   • Retinopatia diabética
   • Miopia magna
   • Doença de Stargardt
   • Albinismo
   • Retinite pigmentosa
   • Ceratocone
   • Deficiência visual cortical


Em comparação com as estimativas dos anos de 1990, novos dados baseados na população mundial em 2002 mostram uma redução no número de pessoas cegas, com problemas de visão, e aqueles que são cegos devido aos efeitos das doenças infecciosas, mas existe um aumento do número de pessoas que estão relacionados com a ocultação das condições de vida desde muito tempo. Esta nova informação sublinha a necessidade de alterar a agenda de saúde para incluir a gestão das doenças que estão agora tornando-se predominantes.


Distribuição da deficiência visual[editar]

Por idade: As deficiências visuais estão distribuída desigualmente e em todas as faixas etárias. Mais de 82% das pessoas que são cegas possuem 50 anos ou mais, embora representem apenas 19% da população do mundo. Devido ao número esperado de anos vividos em cegueira (anos de cegueira) a cegueira infantil continua a ser um problema significativo, com um valor estimado em 1,4 milhões de crianças cegas abaixo de 15 anos. Por gênero: Indicam que de forma consistente e em todas as regiões do mundo, e em todas as idades, as mulheres têm um risco significativamente maior de serem deficientes visuais que os homens.


Geograficamente: A deficiência visual não está distribuída uniformemente em todo o mundo. Mais de 90% dos deficientes visuais do mundo vivem em países em desenvolvimento.


Visão subnormal é definida como uma classe de comprometimento visual, na qual o indivíduo possui acuidade visual reduzida mas que não chega a se caracterizar como cegueira.


A acuidade visual é medida numericamente utilizando-se para isto tabelas específicas.


É classificada pela CID-10 em uma tabela que define segundo a acuidade visual a classe de comprometimento.

No Brasil individuos com visão subnormal tem direito de receber benefícios previdenciários, porém, são considerados deficientes visuais. Segundo a legislação brasileira, deficientes visuais são aqueles que apresentam acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho,após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações.[1]


Auxílios ópticos[editar]

Existem diversos recursos disponíveis para melhorar a visão dos portadores de visão subnormal, ampliando as imagens, melhorando o nível de contraste e iluminação. Para tal se utilizam equipamentos ópticos e/ou eletrônicos.[2] No Brasil uma das empresas pioneiras no desenvolvimento destes auxílios é a Bonavision,[3] criada pelo oftalmologista José Américo Bonatti, que desenvolveu um equipamento inovador de auxílio à visão subnormal bem avaliado em estudo publicado nos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia.[4]


Lupa de Apoio 28D[editar]

O princípio que orientou o design desta lupa foi o de afastar o estereótipo da lupa tradicional, o anel preto em torno de uma lente; e também a ideia de se afastar do design de algumas lupas em que a lente fica apoiada diretamente sobre o papel. É muito difícil, para um deficiente visual, localizar um objeto totalmente transparente ou branco. Deve-se pensar nessa dificuldade. E o anel em torno da lente pode ser de outra cor, não precisa ser sempre preto ou branco. Pensando nisso a empresa Bonavision Auxílios Ópticos lançou uma “Lupa de apoio” inovadora em 2008, com uma borda azul, que, além de oferecer um grande aumento, possui um design baseado nos princípios do design universal, ou seja, o design de produtos endereçados aos deficientes não precisa ser diferente do design de produtos para as demais pessoas.

Prancha de Leitura com Lupa Deslizante[editar]

Baseando-se em um problema enfrentado por seu avô idoso e deficiente visual, que sempre acabava derrubando a lupa ao ler o jornal, Fernanda Bonatti inventou um mecanismo que pudesse prender a lupa, para quando a mão dele entrasse em fadiga. É um produto inovador mundialmente, pois acopla uma lupa a uma prancha de leitura, facilitando a leitura por parte dos deficientes visuais leves. Permite o acompanhamento da linha horizontal com segurança. É um produto que também pode ser utilizado por pessoas sem deficiência, que necessitem da ampliação da imagem para o trabalho, lazer, etc.


Lupa Eletrônica com Zoom[editar]

Foi lançada no dia 17 de junho de 2011 durante o V Congresso Brasileiro de Visão Subnormal em Salvador-BA. É mais um produto destinado a pessoas deficientes visuais, com baixa visão, desta vez incluindo uma gama de usuários a mais ampla possível, desde os que possuem deficiência visual leve, moderada e grave. Um sistema de zoom permite diferentes aumentos da imagem conforme a necessidade do usuário. O usuário pode escrever ou desenhar sob a câmera.

É um produto que foi desenvolvido a partir da pioneira Lupa Eletrônica da Bonavision, criada em 2010, que tinha aumento fixo e foi concebida a partir da ideia da implantação da tecnologia de câmera de vídeo no lugar da lente do produto Prancha de leitura com lupa.

Até hoje, as lupas eletrônicas que existem no mercado nacional e internacional baseiam-se em um de 2 tipos: ou a câmera se move (com ou sem tela associada) sobre o papel ou a câmera é fixa (geralmente por um braço) e o papel é que se move sob ela. Quando a câmera se move, pode sair do lugar com facilidade, interrompendo e dificultando a leitura. Quando a câmera é fixa e o papel se move, o papel é que sai do lugar com facilidade, o que também interrompe e dificulta a leitura. A lupa eletrônica da Bonavision inventou uma terceira possibilidade: a câmera se move em um trilho, o que proporciona segurança ao usuário, pois a câmera e o papel ficam fixos e só irão se mover com o controle do usuário.

É um equipamento que pode ser utilizado com um treinamento mínimo, muito fácil de entender. É útil nas escolas, para os estudantes deficientes visuais com baixa visão, pois lhes permite ler, escrever e desenhar, utilizando o mesmo material dos colegas, sem a necessidade de impressão com ampliação, recurso caro e demorado.

Com ela, continua sendo possível acompanhar uma linha horizontal com segurança, que é um dos princípios de criação do produto “Prancha de leitura acoplada à lupa”, pois a câmera de vídeo movimenta-se em um trilho metálico de uma bandeja, somente com a movimentação voluntária da mão do usuário; o usuário pode estar sentado a uma mesa, em um sofá de sua casa ou até mesmo na cama. É um produto inclusivo: quem tem problemas motores do tipo tremores também pode usar.

A Lupa Eletrônica com zoom da Bonavision foi um dos produtos finalistas da categoria eletroeletrônicos do 25º Prêmio do Museu da Casa Brasileira de 2011, considerado o mais importante prêmio de design brasileiro. Foi a primeira vez que um equipamento brasileiro para deficientes esteve presente na exposição de produtos da categoria eletroeletrônicos ao lado de produtos clássicos desta categoria, como as geladeiras e aparelhos de ar condicionado. A exposição ocorreu no Museu da Casa Brasileira, à Av. Faria Lima, 2705, São Paulo-SP, entre 23 de novembro de 2011 a 15 de janeiro de 2012.


Lupa Eletrônica para Longe[editar]

Lançada em 2013, é um sistema que permite a alternância entre duas câmeras de vídeo conectadas a um mesmo monitor. A primeira câmera de vídeo do equipamento, voltada para a lousa, é presa a um suporte vertical fixo com haste flexível para cima e para baixo e para os lados, apoiado sobre a carteira escolar. Já a segunda câmera de vídeo é da Lupa Eletrônica com zoom, para perto. A fim de alternar o uso das duas câmeras, sem que a primeira perca o foco da lousa e a segunda o do caderno, existe um botão de controle com o qual o estudante pode alternar o uso das duas câmeras de vídeo na mesma tela. Quando estiver escrevendo e esquecer o que estava escrito na lousa, basta apertar o botão e a imagem exata do que estava copiando aparecerá na tela. Ao apertar novamente o botão, surgirá a imagem do caderno e assim sucessivamente. A facilidade de uso facilita a inclusão do estudante com deficiência visual e dispensa a necessidade de um professor ao lado do aluno tendo que ler o que está escrito na lousa para ele copiar.


Câmera de Documentos[editar]

Em 2014 a Bonavision desenvolveu esse sistema que permite capturar e demonstrar imagens e sons em apresentações em tempo real. Também é possível gravar as demonstrações. O equipamento pode ser usado nas mais diversas áreas do conhecimento e da atividade tecnológica. São múltiplas as possibilidades de uso: em controle de qualidade de produção, impressão, ampliação de imagens em medicina forense, produção de produtos que exijam precisão, como a fabricação de circuitos, colagens, tecelagem, entre outros. A câmera permite a transmissão simultânea do conteúdo capturado ou gravado e pode auxiliar na preparação de aulas e tutoriais, integrando-se a computadores, televisores, projetores e quadros interativos. A estrutura é ajustável à demonstração de páginas de livros, manuscritos e objetos e peças diversas.


Há muitos outros recursos que podem ser adaptados de acordo com as necessidades pessoais específicas.

Sociedade Brasileira de Visão Subnormal[editar]

Filiada ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) desde 1995 a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal [1] é uma associação de caráter científico e cultural, sem quaisquer fins lucrativos.

Seus objetivos são:

I. Estabelecer critérios que possibilitem a atenção ao paciente portador de deficiência visual tanto a nível clínico como reabilitacional, em defesa de suas necessidades;

II. Patrocinar e desenvolver atividades que incentivem o intercâmbio de conhecimentos e ensino nas escolas médicas e nos cursos de especialização em Oftalmologia;

III. Promover reuniões, grupos de estudo, seminários, conferências e outros eventos; IV. Patrocinar publicações referentes à especialidade;

V. Assessorar e organizar programas nacionais de atuação conjunta com entidades governamentais e não governamentais voltadas ao indivíduo deficiente visual para obtenção de recursos ópticos especiais e capacitação de profissionais especializados;

VI. Representar os associados na defesa de seus direitos profissionais, sociais e econômicos;

VII. Divulgar os progressos relacionados com visão subnormal, contribuindo para o incentivo à pesquisa e o aprimoramento dos associados;

VIII. Promover, patrocinar ou apoiar ações preventivas na área de oftalmologia;

IX. Incrementar o intercâmbio entre os diversos centros especializado nacionais e internacionais que atuam nesta área


Adaptação de auxílios óticos para Visão Subnormal e Baixa Visão no SUS[editar]

Há diversos auxílios que são fornecidos no âmbito do SUS segundo a Tabela SIGTAP como segue:


Procedimentos:


07.01.04.001-7 - BENGALA ARTICULADA


07.01.04.003-3 - LUPA DE APOIO COM OU SEM ILUMINAÇÃO


07.01.04.004-1 - LUPA MANUAL COM OU SEM ILUMINAÇÃO


07.01.04.005-0 - ÓCULOS COM LENTES CORRETIVAS IGUAIS / MAIORES QUE 0,5 DIOPTRIAS


07.01.04.009-2 - ÓCULOS COM LENTE FILTRANTE PARA ALBINOS


07.01.04.010-6 - SISTEMAS TELESCÓPICOS BINOCULARES MONTADOS EM ARMAÇÃO COM FOCO AJUSTÁVEL


07.01.04.011-4 - SISTEMAS TELESCÓPICOS MANUAL MONOCULAR COM FOCO AJUSTÁVEL


07.01.04.012-2 - ÓCULOS COM LENTES ASFÉRICAS POSITIVAS


07.01.04.013-0 - ÓCULOS COM LENTES ESFERO PRISMÁTICAS


Referências[editar]

1. ↑ [DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999].

2. ↑ Peláez-Coca, M. D., Vargas-Martín, F., Mota, S., Díaz, J. and Ros-Vidal, E. (2009), A versatile optoelectronic aid for low vision patients. Ophthalmic and Physiological Optics, 29: 565–572.

3. ↑ http://www.bonavision.com.br

4. ↑ BONATTI, Fernanda Alves da Silva et al. (2008) Avaliação de pacientes utilizando equipamento inovador de auxílio à visão subnormal. Arq. Bras. Oftalmol. 71(3),385-388.