Terapia por Pressão Subatmosférica (VAC) - Curativo a Vácuo
De InfoSUS
Introdução
Recentemente foi introduzido um curativo que utiliza um aparelho gerador de pressão sub-atmosférica, curativo com pressão negativa ou técnica do fechamento de feridas assistido a vácuo. Esta técnica consiste na colocação de um curativo com uma espuma de células abertas dentro da cavidade da ferida, recobertas com um plástico selante e a aplicação de pressão negativa controlada (usualmente 125mm Hg abaixo da pressão ambiente) com um sistema de drenagem das secreções da ferida. Esta técnica visa reduzir o edema, retirar o excesso de fluidos e melhorar a circulação local, o que levaria à maior granulação e, conseqüentemente, à aceleração do fechamento da ferida. Técnica: Uma esponja é recortada para cobrir exatamente a extensão da ferida e, então, é recoberta com plástico transparente e permeável ao vapor. Drenos ligam a esponja a um sistema coletor. Uma bomba portátil aplica pressão negativa de sucção de 125 mm Hg. A pressão sub-atmosférica é igualmente distribuída sobre toda a ferida e aspira todos os fluídos da mesma. Ao drenar os fluídos da ferida, o substrato para o crescimento de microorganismos é teoricamente removido. A pressão negativa deve acelerar a formação de tecido de granulação e aumentar o fluxo sanguíneo para a ferida, acelerando a cicatrização.[1]
Indicações
Pode ser utilizada no tratamento de feridas agudas como queimaduras, traumas e enxertos de pele, mas também é comumente usada para feridas crônicas ou complexas e sem cura, como por exemplo, as úlceras por pressão, destacando-se a pouca disponibilidade de evidências.[2]
Contra-indicações
Debridamento incompleto Estruturas vasculares visíveis Osteomelite não tratada Neoplasia não removida Presença de fístula
Não Incorporado no SUS
Na 25ª reunião da CONITEC, realizada no dia 08/05/2014, os membros do plenário deliberaram não recomendar a incorporação da terapia por pressão subatmosférica (VAC) em lesões traumáticas agudas extensas. Foram consideradas questões como: - O VAC é um curativo à “vácuo”, como um dispositivo que promove pressão negativa e armazena as secreções da ferida e que isso facilitaria a cicatrização, diminuindo a granulação e o odor, mas pode ter efeitos deletérios, como rompimento de vasos e necrose de estruturas ósseas. Esses riscos inerentes requerem um treinamento adequado do operador. - A consulta pública recebeu 65 contribuições, e que de forma geral as contribuições não acrescentaram novas informações ao relatório e não foi recebida literatura suplementar relevante, representando por vezes apenas uma opinião do autor. - Apesar do impacto orçamentário ser de fato muito alto o que pesa para a deliberação é a falta de evidências que justifique a incorporação do dispositivo. - Que de uma forma geral o manejo tradicional do tratamento já é eficiente. - Que os profissionais tendem ter preferência por uma técnica sobre outra muito mais em relação a praticidade e facilidade do que sua eficácia cientificamente comprovada.[3]