Editando Exame Farmacogenético

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Após vários ensaios de ADs de diferentes categorias e/ou estratégias de combinação, aproximadamente um terço de pacientes ainda não conseguirá alcançar a remissão dos sintomas depressivos, o que pode estar relacionado a variantes genéticas no CYP450, ou mesmo em genes relacionados à neurotransmissão cerebral.
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Após vários ensaios de ADs de diferentes categorias e/ou estratégias de combinação, aproximadamente um terço de pacientes ainda não conseguirá alcançar a remissão dos sintomas depressivos.
  
Estudos neurocientíficos já apontaram que polimorfismos no gene transportador de serotonina (5-HT), por exemplo, podem aumentar o risco de o paciente desenvolver depressão, assim como polimorfismos no comprimento de alelos podem determinar resposta a inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS). Isto é, os alelos longos podem apresentar taxas de resposta favoráveis aos ISRS, enquanto alelos curtos correspondem a taxas de resposta diminuídas aos ISRS.
 
  
Nos transtornos de humor, os testes farmacogenéticos direcionam-se às seguintes aplicações: gene SLC6AC; gene catecol-O-metiltransferase; genes codificadores de receptores da serotonina (HTR2A, HTR1A E HTR1B) e fator neurotrófico derivado do cérebro.
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Polimorfismos no gene transportador de serotonina (5-HT), por exemplo, podem aumentar o risco de o paciente desenvolver depressão. Esse transportador específico facilita a recaptação da serotonina da fenda sináptica no neurônio pré-sináptico, e estudos mostraram que uma inserção (a adição de um pedaço de DNA) ou deleção (a remoção de um pedaço de DNA) na região promotora (definida como a ligação de 5-HT na região polimórfica, ou 5-HTTLPR) do alelo curto tem sido associada a uma diminuição na expressão e à recaptura do transportador de serotonina.9
  
O '''gene SLC6A4''' tem recebido atenção especial pois codifica a bomba de recaptação de serotonina, a mesma proteína que deve ser inibida por quase todos os antidepressivos (ADs). Estudos iniciais revelaram que indivíduos que têm a forma curta (homozigótica ou heterozigótica) do transportador de serotonina têm mais probabilidade de ficarem deprimidos no cenário de adversidades, assim como estão menos propensos a responder, ou têm uma resposta tardia, aos ADs. Além disso, esses indivíduos apresentavam maior probabilidade de sofrer de efeitos colaterais com os ADs.49
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Polimorfismos no comprimento de alelos podem determinar resposta a inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS). Isto é, os alelos longos podem apresentar taxas de resposta favoráveis aos ISRS, enquanto alelos curtos correspondem a taxas de resposta diminuídas aos ISRS, além do aumento do risco de suicídio.10
  
A '''catecol-O-metiltransferase''' (COMT), é a enzima que catalisa a transferência de um grupo metila da S-adenosilmetionina para as catecolaminas neurotransmissoras, dopamina, epinefrina e norepinefrina. Um polimorfismo no gene responsável pala COMT prediz resposta fraca a todos os ADs, mas particularmente aos inibidores seletivos de recaptação da serotonina/norepinefrina.
 
  
Polimorfismos nos genes responsável pela codificação de '''receptores serotoninérgicos HTR2A, HTR1A E HTR1B''' estão associados a padrão diferente de resposta ao tratamento com antidepressivos, da mesma forma que polimorfismos relacionados ao gene que codifica o '''fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)''', já que é uma proteína que promove a sobrevivência neuronal.
 
  
  
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De acordo com a National Alliance on Mental Illness (NAMI), transtornos mentais graves, como a esquizofrenia e o TB, custam aos americanos mais de 193 bilhões de dólares por ano. Em todo o mundo, 81 milhões de pessoas vivem com esquizofrenia ou TB,6 e indivíduos com esquizofrenia ou TB têm risco aumentado de desenvolver condições médicas crônicas, como hipertensão arterial (HTA), diabetes melito (DM) e doença hepática.
  
== OUTRAS APLICAÇÕES ==
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Os indivíduos com esquizofrenia ou TB morrem, em média, 25 anos mais cedo do que os indivíduos sem transtornos mentais.6 Eles também enfrentam questões sociais, incluindo discriminação e preconceito e tratamentos inadequados, que podem levar à falta de moradia e ao encarceramento.6,7 A decisão de usar um determinado regime de tratamento farmacológico para a esquizofrenia ou TB pode ser difícil, devido à complexidade genética e às variações do metabolismo dos fármacos.6
  
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Diferenças interindividuais na resposta aos antipsicóticos e aos EH, associadas ao número de pacientes com quadros refratários ou resistentes ao tratamento, são considerados os problemas desafiadores em psiquiatria clínica, de acordo com a NAMI.6
  
Na psicoses, os testes genéticos podem determinar se os pacientes têm ou não predisposição a efeitos colaterais, tais como agranulocitose, com o uso da clozapina.
 
  
O polimorfismo no receptor de dopamina D2 (DRD2) está altamente associado a esquizofrenia e também à resposta antipsicótica em pacientes com esquizofrenia.
 
Outro exemplo de achados genéticos na esquizofrenia é o alelo HTR2C, que codifica para o receptor de serotonina 2C. Variações alélicas no HTR2C, com CYP1A2 e CYP2C19, podem promover ganho de peso, dislipidemia e DM em pacientes que tomam antipsicóticos.
 
  
  
Há evidências de que polimorfismos da COMT e da enzima MTHFR possam estar associados a déficits cognitivos em pacientes com psicose. Há também evidências de que o polimorfismo rs6295 (indivíduos G/G) do receptor da serotonina 1A (HTR1A) está associado à melhora na cognição na terapêutica com clozapina.
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Testes genéticos também podem determinar se os pacientes têm ou não predisposição a efeitos colaterais, como agranulocitose, com o uso da clozapina (CLZ).12 Outro exemplo de achados genéticos na esquizofrenia é o alelo HTR2C, que codifica para o receptor de serotonina 2C. Variações alélicas no HTR2C, com CYP1A2 e CYP2C19, podem promover ganho de peso, dislipidemia e DM em pacientes que tomam antipsicóticos.13
  
 
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A prescrição personalizada pode ser implementada com dosagem personalizada e/ou seleção de medicamentos, levando em conta variáveis genéticas e ambientais (por exemplo, comedicações, eventos de estresse de vida, tabagismo, alimentos e bebidas). Estima-se que as variantes genéticas respondam por 20 a 95% da variabilidade na disposição e farmacodinâmica do fármaco do sistema nervoso central (SNC).14
 
 
== CONCLUSÕES ==
 
 
 
 
 
A decisão de usar um determinado regime de tratamento farmacológico nos transtornos mentais maiores pode encontrar desafios, devido à complexidade genética, variações do metabolismo dos fármacos e outros aspectos clínicos dos pacientes (comorbidades, outras medicações). Ainda, há que se considerar o poder aquisitivo do paciente, pois não somente o custo do teste pode ser elevado (R$ 1.700,00 a R$ 4.500,00), mas também o acesso às medicações também pode ser limitada.  
 
 
 
Não obstante, a aplicabilidade dos testes farmacogenéticos pode também ser limitada, ou seja, não tendo grande auxílio na prática clínica. Muitos dos casos de suposta "refratariedade" podem estar muito mais relacionadas a boicotes no tratamento e má adesão.
 
 
 
Por tais motivos, não há previsão de inclusão de testes farmacogenéticos na rede pública.
 
 
 
 
 
 
 
== REFERÊNCIAS ==
 
 
 
Brito RB. Aplicação dos testes farmacogenéticos na psiquiatria clínica. In: Associação Brasileira de Psiquiatria; Nardi AE, Silva AG, Quevedo JL, organizadores. PROPSIQ Programa de Atualização em Psiquiatria: Ciclo 8. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2019. p. 91–124. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).
 

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