Memantina

De ceos
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Classe terapêutica

Neuroprotetor

Nomes comerciais

Clomenac , Ebix, Zider, Alois

Principais informações

Memantina é indicado na Doença de Alzheimer moderadamente grave a grave, e em outras demências, caracterizadas por distúrbios leves a moderadamente graves da função cerebral, com os seguintes sintomas principais: distúrbios da concentração e memória, perda de interesse e distúrbios de conduta, fadigabilidade, autonomia reduzida, distúrbios das funções motoras necessárias para efetuar atividades diárias e humor deprimido (síndrome demencial), condições que requerem aumento do cuidado e da vigilância. É indicada também no tratamento da espasticidade cerebral e espinhal, como por exemplo, resultante de disfunção cerebral em crianças, traumatismos cranianos, esclerose múltipla, paraplegia, acidentes vasculares encefálicos, Doença de Parkinson e síndromes Parkinsonianas <ref> Bula do Medicamento </ref>.

No cérebro existem substâncias como o aspartato e o glutamato, que são importantes no processo de aprendizado e memória. Quando sua ação é excessiva, eles causam lesão e morte dos neurônios, sendo este um dos mecanismos da doença de Alzheimer. A memantina é uma droga que atua diminuindo a ação do glutamato, trazendo-os para níveis mais fisiológicos. Neste sentido, a memantina poderia estabilizar sintomas e retardar a evolução da doença.

A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de declínio cognitivo em adultos, sobretudo idosos, representando mais da metade dos casos de demência. A idade é o principal fator de risco: sua prevalência passa de 0,7% aos 60 a 64 anos de idade para cerca de 40% nos grupos etários de 90 a 95 anos. Isso revela a magnitude do problema no Brasil, onde já vivem cerca de 15 milhões de indivíduos com mais de 60 anos.

A DA caracteriza-se por distúrbio progressivo da memória e outras funções cognitivas, afetando o funcionamento ocupacional e social. O indivíduo torna-se progressivamente incapaz de desempenhar atividades da vida diária (trabalho, lazer, vida social) e de cuidar de si mesmo (cuidar do próprio asseio pessoal, vestir-se, alimentar-se), passando a depender de um cuidador.

A busca na literatura localizou várias revisões sistemáticas de qualidade, sendo uma revisão sistemática da Colaboração Cochrane. As evidências indicam que a memantina tem um benefício pequeno após seis meses em doença de Alzheimer moderada a grave, de significado clínico incerto e custo benefício indeterminado. Mais estudos são necessários para conhecer seus efeitos em longo prazo na qualidade e duração de vida <ref> McShane Rupert, Areosa Sastre Almudena, Minakaran Neda. Memantine for dementia. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 10, Art. No. CD003154. </ref> <ref> Raina P, Santaguida P, Ismaila A, Patterson C, Cowan D, Levine M, Booker L, Oremus M. Effectiveness of cholinesterase inhibitors and memantine for treating dementia: evidence review for a clinical practice guideline. Ann Intern Med. 2008 Mar 4;148(5):379-97.</ref>.

  • A revisão sistemática de literatura é considerada atualmente o melhor método de pesquisa para o conhecimento das evidências científicas disponíveis no momento para responder questões na área de saúde. Trata-se de um estudo fundamental, que avalia e sintetiza estudos primários (pesquisas originais) publicados, com métodos claros, específicos e reprodutíveis.

Os fármacos atualmente licenciados para a Doença de Alzheimer não são uma cura. Contudo, é evidente que estes fármacos melhoram a qualidade de vida de alguns indivíduos com Doença de Alzheimer.

Concluindo, apesar de efetivo para doentes com DA moderados a grave, o impacto na clínica do uso de memantina é pequeno e o custo-benefício desconhecido.

Informações sobre o medicamento/alternativas

O fármaco Cloridrato de Memantina não está padronizado em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Por esse motivo, não poderá ser disponibilizado no momento.

Alternativamente, a SES tem padronizado no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, a rivastigmina (1,5; 3,0; 4,5 mg), galantamina (8,0; 16,0; 24,0 mg) e o donepezila (5 e 10 mg) que são fármacos também indicados no tratamento da demência do tipo Alzheimer, para o tratamento para pacientes portadores do CID 10 G30.0, G30.1, G30.8, segundo critérios estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde.


Importante informar que os medicamentos disponibilizados pelo SUS para o tratamento da Doença de Alzheimer pertencem à classe dos inibidores da colinesterase (rivastigmina, galantamina e donepezila), e são indicados para o tratamento da Doença de Alzheimer por diminuir o catabolismo da acetilcolina e melhorar a transmissão neuronal colinérgica, que está comprometida nessa doença.

Já a memantina pertence a outra classe de medicamentos, é um antagonista de baixa afinidade dos receptores NMDA, portante age de outra maneira no tratamento da doença. Ainda não existem estudos comparando os inibidores da acetilcolinesterase com a memantina.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, através do Projeto Diretrizes, recomenda iniciar o tratamento da doença de Alzheimer com os inibidores da colinesterase e somente acrescentar a memantina ao inibidor da colinesterase na fase moderada a grave da doença.

Referências

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