Atomoxetina

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Classe terapêutica

Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina. Não é um psicoestimulante e não é um derivado da anfetamina <ref>[1] Bula do medicamento</ref>.

Nome comercial

Strattera

Principais informações

Atomoxetina é indicada para o tratamento do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) em crianças com 6 anos de idade ou mais, em adolescentes e em adultos como parte de um programa terapêutico integrado (medidas psicológicas, educacionais e sociais que estabilizam doentes com síndromes comportamentais). Nos adultos é indicada somente quando houver a certeza dos sintomas de TDAH na infância<ref>[2] Bula do medicamento</ref>.

O tratamento farmacológico não é indicado para todas as pessoas com esta síndrome e a decisão de utilizar o medicamento deve basear-se numa avaliação minuciosa da disfunção relativa à idade do paciente e da gravidade e persistência dos seus sintomas<ref>[3] Bula do medicamento</ref>.

Atomoxetina não deve ser utilizada em combinação com inibidores da monoaminooxidase (IMAOs). Também não é indicada para pessoas com glaucoma de ângulo fechado, perturbações cardiovasculares (hipertensão grave, insuficiência cardíaca, doença oclusiva arterial, angina, doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa, cardiomiopatias, enfarte do miocárdio, arritmias) ou cerebrovasculares graves (aneurisma cerebral ou AVC)<ref>[4] Bula do medicamento</ref>.

Foram notificados alguns efeitos colaterais relacionados ao uso de atomoxetina, tais como comportamento suicida, ritmo cardíaco e pressão arterial alterados (o que, em longo prazo, pode contribuir para hipertrofia do miocárdio), lesões hepáticas, convulsões, episódios depressivos, sintomas maníacos ou psicóticos e comportamento agressivo<ref>[5] Bula do medicamento</ref>.


Transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH)

A etiologia específica dessa síndrome é desconhecida e não há teste diagnóstico específico. O diagnóstico correto requer uma investigação médica, neuropsicológica, educacional e social. Deve basear-se numa avaliação clínica e indicar gravidade moderada, indicada por no mínimo, uma disfunção funcional moderada em 2 ou mais ambientes (por exemplo, social, acadêmico, e/ou ocupacional), afetando vários aspetos da vida do indivíduo.

As características comumente relatadas incluem: história de déficit de atenção, distractibilidade, labilidade emocional, impulsividade, hiperatividade moderada a grave, sinais neurológicos menores e eletroencefalograma (EEG) anormal. O aprendizado pode ou não estar prejudicado.

O tratamento farmacológico do TDAH pode ser feito com três grupos de medicamentos: os psicoestimulantes, os antidepressivos e a atomoxetina. Os psicoestimulantes (como o metilfenidato) são considerados como a primeira escolha. A atomoxetina é um medicamento não-psicoestimulante, potente inibidor da recaptura de noradrenalina, com eficácia demonstrada em estudos controlados com adultos, embora esta seja inferior à dos psicoestimulantes. Seu uso é indicado nos casos em que exista histórico ou grande potencial de abuso dos estimulantes.

Informações sobre o medicamento/alternativas

Atomoxetina possui registro na ANVISA, porém não está padronizada em nenhum dos programas do Ministério da Saúde, o qual é responsável pela seleção e definição dos medicamentos a serem fornecidos pelos referidos programas. Por esse motivo, não poderá ser fornecida no momento.

Alternativamente, algumas unidades locais de saúde disponibilizam antidepressivos tricíclicos (imipramina e nortriptilina) que desempenham um papel crescente no tratamento de TDAH, apresentando resultados satisfatórios e proporcionando uma melhora mais duradoura e contínua dos sintomas de TDAH. Imipramina e nortriptilina são integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) 2012. A aquisição e distribuição destes medicamentos é responsabilidade dos municípios, os quais recebem recursos financeiros das três esferas em gestão <ref>BALDESSARINI, R.J. Fármacos e o tratamento dos Distúrbios Psiquiátricos. Depressão e Distúrbios de Ansiedade. In: GOODMAN & GILMAN, As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 10ª ed. McGraw-Hill, Cap. 19, 2004</ref>.


Referências

<references>